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“Bitolados”, por Luci Bonini

O ônibus espacial americano, o SpaceShuttle, quando foi construído, necessitava de dois tanques de combustível para que houvesse propulsão suficiente para sua decolagem. Os engenheiros que os projetaram queriam fazê-los mais largos, mas o seu transporte por linhas ferroviárias não permitia, pois, a bitola da linha era de 1 metro e 435 milímetros.

Isso, na época, levou a uma reflexão que outros já fizeram e eu refaço aqui, porque acredito ser muito oportuna para esse momento histórico em que vivemos.

De acordo com o Blog Educação Automotiva: a bitola nada mais é que a distância entre a roda esquerda e direita do mesmo eixo. A partir desta definição começa todo o trabalho de dinâmica do veículo, o qual se mostra bastante complexo ao incluir outras dimensões, como peso, altura, comprimento, largura, distância entre eixos, distribuição de massa, dentre dezenas de variáveis. O tamanho padrão internacional é de 1435 milímetros. Existem outros tamanhos, mas giram entre 1m e 1,6 metros.

De onde veio essa medida? Como foram os ingleses que iniciaram a tecnologia das ferrovias, essa medida veio de seu país. Os primeiros construtores de vagões de trens, eram os que já fabricavam as carroças, o meio de transporte mais usado na Europa.

Por sua vez, a distância entre as rodas das carroças tinha essa medida porque as estradas construídas durante o Império Romano tinham essa bitola. Como o meio de transporte dos romanos naquela época eram as bigas, era exatamente o espaço através do qual passava as bigas, cuja bitola era a medida entre o traseiro de dois cavalos, ou seja, a mesma medida que se tem hoje.

Quando alguém chama, ou chamava uma pessoa de bitolado, a ideia era de que esse alguém não saía do seu mundo, do seu “quadrado”, ou ainda tinha seu modo “pequeno” de vida e não aceita mudanças.

Imaginem que há mais de 2.000 anos o mundo é ainda o mesmo em muitos aspectos, não só no tamanho das bitolas, mas na política, na ciência, nas crenças, na aplicação de soluções ultrapassadas para problemas novos, como o caso da bitola.

A logística cresceu de forma estrondosa, mas a bitola é a mesma! Quantas coisas no mundo se desenvolveram, mas lá no fundo, há uma “bitola” que controla o mundo?

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)