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“Corpus Christi”, por Padre Claudio Taciano

Dia 8 de Junho, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra a Solenidade de Corpus Christi. Em muitas igrejas do Brasil e do mundo, há uma bela tradição de confeccionar tapetes nas ruas, por onde se passará a procissão com o Corpo do Senhor. Afinal, não é qualquer procissão, não é qualquer caminhada; é a Procissão de adoração e do louvor a Cristo Eucarístico.

Os católicos creem firmemente em Cristo presente na Hóstia. E por isso a adoram na Missa e na Capela reservada. Dois fatos foram determinantes para dar origem a essa solenidade: A visão da Santa Juliana de Liège e o milagre eucaristia ocorrido na Itália, na cidade de Bolsena.

Com relação a visão da Santa Juliana relata o Papa Bento XVI na sua audiência em Abril de 2010: “Com a idade de 16 anos, por volta de 1209, portanto, ela teve uma primeira visão, que depois se repetiu várias vezes nas suas adorações eucarísticas. A visão apresentava a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. O Senhor levou-a a compreender o significado daquilo que lhe tinha aparecido. A lua simbolizava a vida da Igreja na terra, a linha opaca representava, ao contrário, a ausência de uma festa litúrgica, para cuja instituição se pedia a Juliana que trabalhasse de maneira eficaz: ou seja, uma festa em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento. […]

Pela boa causa da festa do Corpus Christi foi conquistado […] Tiago Pantaleão de Troyes, que conhecera a santa durante o seu ministério de arquidiácono em Liège. Foi precisamente ele que, tendo-se tornado Papa com o nome de Urbano IV, em 1264, instituiu a solenidade do Corpus Christi como festa de preceito para a Igreja universal […]. “

O segundo fato que contribui para a instituição desta Solenidade do Corpo ficou conhecido como o Milagre Eucarístico de Bolsena. Em 1263, um ano antes, da instituição de Corpus Christi, um padre alemão, chamado Pedro de Praga, parou na cidade de Bolsena depois de uma peregrinação à Cidade Eterna. A crônica geralmente o descreve como um padre piedoso, mas que tinha dificuldades para acreditar que Cristo estivesse realmente presente na Hóstia consagrada.

Eis então o que lhe aconteceu: Enquanto celebrava a Santa Missa sobre o túmulo de Santa Cristina, mal havia ele pronunciado as palavras da consagração, quando sangue começou a escorrer da Hóstia consagrada, gotejando em suas mãos e descendo sobre o altar e o corporal. O padre ficou imediatamente perplexo. A princípio, ele tentou esconder o sangue, mas então interrompeu a Missa e pediu para ser levado à cidade vizinha de Orvieto, onde o Papa Urbano IV então residia.

O Papa ouviu o relato do padre e o absolveu. Mandou então emissários para uma investigação imediata. Quando todos os fatos foram confirmados, ele ordenou ao bispo da Diocese que trouxesse a Orvieto a Hóstia e o pano de linho contendo as manchas de sangue. Juntamente com arcebispos, cardeais e outros dignatários da Igreja, o Papa realizou uma procissão e, com grande pompa, introduziu as relíquias na catedral. O corporal de linho contendo as marcas de sangue ainda está reverentemente conservado e exposto na Catedral de Orvieto.

Como se sabe, depois disso, o Papa pediu a ninguém menos que Santo Tomás de Aquino para compor os textos litúrgicos referentes a Corpus Christi, de cuja pena nasceram os mais belos hinos já escritos ao Santíssimo Sacramento, e que todos cantamos ainda hoje.

Enfim, que Cristo Jesus, presente na Eucaristia, acalme o nosso coração, fortaleça nossos passos e nos dê a paz. Deus vos guarde e vos abençoe! Amém.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)