“O mistério do tempo”, por Padre Claudio Taciano

O tempo é muito mais do que um simples movimento dos ponteiros de um relógio. Ele evoca mistério e vivacidade. Onde há movimento há vida! Nunca conseguiremos pará-lo, ele nos toca e nos ultrapassa. Não sabemos como nasceu e até onde vai.

As sucessivas experiências da vida trazem as marcas do tempo. Embora, tenhamos, em algum momento a impressão de celeridade e de lentidão do tempo, ele segue ininterruptamente, seu movimento próprio e invariável. Essa constância temporal é sempre confrontada e “medida” por uma existência inconstante, cheia de revés. Essa incompatibilidade invisível, natural e sobrenatural, atesta nossa virtude e nossa limitação humana. Sabemos muito, mas desconhecemos muito mais. Só o fato de não sermos únicos, e existencialmente falíveis, nossa altivez humana poderia não ser tão fermentada. Mas, essa constatação não é suficiente.

A grandeza do intelecto, faz por vezes o ser humano se sentir superior ao seu semelhante, ao mundo criado e até maior que o próprio Criador, esquecendo-se, que sua existência é breve. O orgulho e a arrogância cegam qualquer pessoa, ainda que seja experiente, esclarecida e bem-sucedida. Mas o tempo, diferente de Deus, não perdoa os sábios, os pequenos, os grandes, o mais religioso, etc.; o tempo não perdoa ninguém. Este segue seu itinerário, ignorando tudo e todos.

O tempo nos põe diante e adiante das lembranças passadas. Não tem como não nos sentirmos confrontados com “aquele(a)” que um dia fomos. Por outro lado, o tempo se encarrega de por si só, resolver muitas coisas. Ele também nos convida a uma manutenção constante: a de trocarmos o que precisa ser trocado, a consertar o que precisa ser consertado.

O transcorrer das coisas, trazem ideias novas, pessoas novas e situações novas que favorecem um crescimento mais completo e adequado. Desta forma, não nos esqueçamos do passado, ainda que seja amargo, vivamos o presente e sigamos tendo esperança num futuro que ainda desconhecemos. Deus vos abençoe hoje e sempre.

Amém.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)