“Eu quero justiça pelo meu filho!”, disse Tainara Azevedo, que registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) na última quarta-feira (27), por maus-tratos que o filho, de apenas 4 anos, sofria na instituição de ensino privada Colégio Criativa, localizada em Itaquaquecetuba. Ela recebeu, de forma anônima, um vídeo nas redes sociais que mostrava o filho sendo amarrado em uma cadeira.
Ao portal Hoje Diário, Tainara explicou como descobriu que seu filho havia sofrido agressões. “Eu estava no serviço no momento. Fiquei desacreditada na hora que vi o vídeo, vi meu filho. Fui direto para casa conversar com ele e ter mais certeza se era ele. Ele balançou a cabecinha concordando que sim e disse ‘que a tia também havia amarrado a mão dele’. Eu não quis questionar mais para não gerar mais trauma”, relatou Tainara. Ela ainda reitera que, em nenhum momento, foi acionada pela escola, que soube do caso apenas pela denúncia anônima e que não foi respeitada pela instituição.
Segundo a mãe, no início do ano, o garoto começou a apresentar sinais de angústia, como pesadelos nos quais gritava “sai, tia” e passou a recusar-se a ir ao colégio, chorando na porta da instituição. Preocupada com a situação, Tainara buscou esclarecimentos na coordenação da escola, pois seu filho havia relatado que ficava de castigo, mas ela não obteve respostas. Ele foi transferido de professora a pedido da mãe, apresentando melhora até o fim do ano, quando os comportamentos voltaram.
“Eu sempre questionei meu filho se alguém batia nele, mas ele sempre desviava do assunto. Com certeza o coagiam para não falar para mim ou para o pai, porque ele nunca relatou nada”, afirmou.
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Tainara informou que esteve na escola na tarde da última quarta-feira (27) para entender o que havia acontecido e conversar com os responsáveis. Segundo ela, o resultado foi frustrante.
“Durante a reunião, a professora que agrediu meu filho estava presente e aparentava estar estremecida com a situação. Acredito que por culpa, medo e, principalmente, por olhar nos meus olhos e saber que confiei nela! Ela é mãe. Como viram o que ocorria lá e ninguém relatou para mim? Ninguém se importou com o trauma que isso gerou no meu filho”, desabafou.
Ela também contou que, durante a reunião, a professora relatou que o filho foi levado ao berçário e colocado no “cadeirão” para “aprender” que não era mais um bebê.
“Eu rebati, questionei que cadeirão era esse, quanto tempo ele ficou e por quê. Fui interrompida pela diretora. Neste momento, solicitei imagens das câmeras de segurança, e o diretor disse que não tinha, que não havia câmeras no local, de forma bem irônica e ríspida (até o momento, eles não sabiam que eu já tinha essas imagens de forma anônima). Disseram ainda que toda essa situação havia sido um evento isolado”, afirma.
Segundo Tainara, a escola não entrou mais em contato com ela. Contudo, ela abriu um processo contra a instituição de ensino.
“O único papo que eu tenho com eles é judicialmente! Quero que a justiça seja feita, que haja justiça para o meu filho e para outras crianças que possam ter sido agredidas também na escola!”, finalizou.
O caso foi registrado como maus-tratos na Delegacia Central de Itaquaquecetuba e segue sob investigação pela Polícia Civil.
Em contato com o portal HojeDiario.com, o Colégio Criativa se posicionou sobre o caso por meio de uma nota.
“Nas últimas horas, tomou-se conhecimento de uma notícia envolvendo uma conduta inadequada de uma ex-funcionária do nosso colégio. Gostaríamos de esclarecer que, assim que a direção foi informada sobre o ocorrido, adotamos imediatamente as medidas cabíveis e a funcionária foi desligada de suas funções por justa causa.
Ressaltamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com atitudes que não estejam alinhadas aos valores éticos e educacionais que norteiam nossa instituição. Nosso compromisso é sempre com a segurança, o bem-estar e a formação de nossos alunos em um ambiente de respeito e integridade.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e agradecemos pela confiança em nosso colégio”, finalizou.
Assista o vídeo que mostra os maus-tratos.