Nesta semana, as mortes do advogado Renilton de Andrade e Silva e do dentista Rogério Diniz, ambos profissionais conhecidos e muito atuantes em Itaquaquecetuba, cidade da região do Alto Tietê, chamaram muito a atenção nas redes sociais. Os casos levantaram reflexões sobre o impacto da saúde mental.
De acordo com informações publicadas pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), em janeiro deste ano, o Brasil lidera o ranking mundial de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população afetada — cerca de 18 milhões de pessoas. A depressão também representa uma preocupação crescente, com aumento de 25% nos casos registrados após a pandemia do coronavírus (Covid-19), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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O psicólogo Cristiano Nabuco, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que mudanças no comportamento, como distúrbios no sono e isolamento social, são sinais de alerta. Procurar ajuda especializada, segundo ele, é um passo fundamental para preservar o equilíbrio emocional.
Uso excessivo de redes sociais pode agravar sofrimento emocional
Em artigo publicado pelo Instituto Benjamin Constant, também em janeiro deste ano, as psicólogas Sonia Regina Gomes da Rocha e Andréa Mazzaro alertam que o uso contínuo das redes sociais pode ter efeitos negativos sobre a saúde mental. Embora essas plataformas facilitem o contato e o acesso à informação, também podem provocar exposição excessiva, alterações no sono e aumento das comparações sociais.
Elas destacam comportamentos que podem indicar uso prejudicial, como checar o celular ao acordar e antes de dormir, esperar por notificações com frequência, valorizar exageradamente curtidas e comentários ou adiar tarefas por causa do celular.
O relatório Digital 2024: Global Overview Report, citado no mesmo artigo, mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de tempo médio diário conectado à internet: 9 horas e 13 minutos.
As autoras explicam que o uso excessivo das redes pode tanto ser consequência quanto causa de quadros de ansiedade e depressão. Enfrentar esse problema, afirmam, não significa abandonar a tecnologia, mas reconhecer o sofrimento oculto que pode estar por trás da conexão constante.
O contato presencial, o convívio e a construção de vínculos reais seguem sendo essenciais para o bem-estar emocional.
Atendimento gratuito para saúde mental está disponível no SUS e em instituições parceiras
Na rede pública de saúde, diferentes serviços gratuitos estão disponíveis para quem busca apoio psicológico. O primeiro passo é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde o atendimento inicial é feito por um clínico geral.
Se necessário, o paciente é encaminhado a um psicólogo ou psiquiatra.
Em casos mais graves, o encaminhamento pode ser feito para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que contam com equipes multidisciplinares. Esses centros têm unidades voltadas a diferentes perfis, como crianças e adolescentes (CAPSi) e pessoas com dependência de álcool e drogas (CAPSad).
Também é possível obter atendimento psicológico gratuito ou a preços acessíveis nas clínicas-escola de universidades que oferecem o curso de Psicologia. Os atendimentos são realizados por alunos supervisionados por professores.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) também oferece apoio emocional gratuito, sigiloso e 24 horas por dia, pelo número 188 ou pelo site https://www.cvv.org.br.