A moradora de Poá, Cristiane Luz do Prado, de 47 anos, é enfermeira, cristã, mãe de três filhos e atua como voluntária em hospitais e comunidades carentes da região de Poá, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo. Atualmente, é conhecida popularmente como “Dra. Girassol”, personagem que criou a partir de sua história pessoal. Encontrou na palhaçaria hospitalar uma forma de levar consolo, fé e alegria a quem sofre. Ao portal Hoje Diário, ela falou com exclusividade sobre trabalho voluntário, amar o próximo e sua história de vida. A ideia de atuar como palhaça começou em 2018, quando apareceu fantasiada em uma festa de Dia das Crianças em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e percebeu que era a única da equipe caracterizada. Para não estragar o momento, distribuiu doces e sorrisos, e a reação das crianças marcou sua vida.
No ano seguinte, em 2019, ao ouvir a música “Girassol” da cantora Priscila Alcântara, pela primeira vez, em uma ação do Setembro Amarelo, passou a se identificar com a flor e com sua mensagem de esperança. Desde então, o girassol virou sua marca registrada, quando uma criança a chamou de “Dra. Girassol” ao vê-la fantasiada com jaleco e flor no cabelo, e o apelido pegou. Em 2020, em meio à pandemia, veio um duro diagnóstico de câncer na carótida. “Tinha duas opções: me entregar ou superar essa situação”, conta. Inspirada pelo filme Patch Adams, decidiu estudar palhaçaria hospitalar e ocupar a mente ajudando o próximo.
Começou a participar de ações em hospitais, comunidades e lares de idosos, mesmo sem nenhum apoio financeiro ou político. “Não tenho ajuda de ninguém, nenhuma instituição, igreja ou políticos, somente pessoas do bem que ajudam no transporte, nas roupas e na alimentação”, relatou.
Segundo ela, entre suas experiências mais marcantes está o encontro com um menino de 10 anos que carregava a irmã de nove meses com câncer de face. “Quando chegou até mim falando: ‘Dra., Dra., cura minha irmã’, quando fui olhar o bebê, ele tinha câncer de face. Eu não sabia o que fazer. Só disse assim: ‘Dra. Girassol não pode curar sua irmã, mas o Médico dos médicos, Ele sim, pode fazer o impossível. Naquela mesma hora, aquele menino saiu correndo com a criança no colo dizendo: Jesus curou minha irmã. Enfim, foi algo sobrenatural para mim”, disse Girassol.
Hoje, ao lado dos filhos e de outros voluntários, atua em hospitais, casas de repouso e escolas utilizando música e brincadeiras, levando descontração, orações e palavras de fé. “A reação, às vezes, com as crianças ou pessoas é a curiosidade, outras têm medo e insegurança, outras aceitam permitir entrar em seu mundo e dividir sua dor. Muitos pedem para cantar, louvar, até fazer uma oração, outros apenas um abraço sincero. Quando vamos realizar o trabalho, ensaiamos a música, a brincadeira e oramos para Deus e Senhor Jesus darem a oportunidade de fazer o melhor, sendo canal de bênçãos”, contou.
“Se você tem um chamado de Deus e vontade de ajudar e mudar a vida das pessoas, essa é uma oportunidade no momento. Você terá que se desconstruir, se descobrir e recomeçar do zero. No momento mais difícil da minha vida, no qual esqueci minhas dores e comecei a pensar na dor do próximo, fui curada das minhas dores, das minhas mágoas, depressão e enfermidade. E o vazio que tinha no meu coração sobre abandono, abusos e feridas da alma física e mentalmente, o Médico dos médicos, Senhor Jesus, preencheu o vazio me dando essa oportunidade de mudar a vida de alguém, independentemente de sua crença religiosa, mas sim de poder sobrenatural que age com a espiritualidade na vida daquele que acredita. Se você quer semear sementes conosco, procure a Dra. Girassol. Inscreva-se para ser voluntário. Se você acredita, você participa”, completou.
