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“O Governo do Medo”, por Luci Bonini

Era uma vez uma doença conhecida como Morte Vermelha que assolava um país muito, muito longe. Era uma pandemia voraz que fazia com que as pessoas morressem rapidamente.
O príncipe daquele lugar, chamava-se Próspero e ele deu ordens para trancar os portões do seu palácio para se defender do mal que desgraçava sua terra.

Ali, seguro no conforto de seu castelo, ele acabou ficando aborrecido com a falta do que fazer, então resolveu dar um baile de máscaras.
Para isso ele decorou várias salas do seu palácio com cores diferentes: azul, roxa, verde, laranja, branco e violeta, a última, ou a sétima sala era preta com janelas vermelhas. Nesta última sala há um relógio, que a cada hora soa bem alto ecoando por todas as salas e interrompendo a festa. Por causa do relógio e das cores desta última sala, poucos convidados vão até lá.
As fantasias dos convidados brilhavam, todos estavam felizes e se divertindo muito, quando o relógio soa meia noite.

Neste momento entra um convidado com uma fantasia muito esdrúxula: uma máscara que mais parece um rosto de um cadáver com marcas de sangue, vestes que se parecem com uma mortalha fúnebre. Esse convidado anda por todas as salas e Próspero, muito irritado com um convidado tão mal vestido, vai atrás dele enquanto ele passa por todas as salas.
Quando ambos chegam na última sala, Próspero morre, então, os demais convidados correm para linchar o convidado, descobrem que não havia nada, nem ninguém debaixo daquela fantasia e todos morrem.

Este é o resumo de um conto de Edgar Allan Poe, intitulado A máscara da morte rubra. Este conto, de suspense e terror, pode nos ensinar muita coisa com os dias de hoje: o confinamento, o medo, a obrigatoriedade de máscaras para uns, as festas regadas à champanhe por outros.
Esse conto nos fala de hipocrisia, assim como Próspero e seus convidados fecham suas portas para a Peste Negra, muitos fecham os olhos para os problemas de saúde da população.


(Esse texto não expressa, necessariamente, a opinião do site HojeDiário.com)