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Pacientes estão acordando durante a intubação por falta de medicamentos, em São Paulo, dizem profissionais da saúde

Alguns profissionais da área da saúde de São Paulo já relatam que pacientes estão acordando ainda intubados, algo que não deveria acontecer, por falta de medicamentos e principalmente equipamentos adequados para o processo.
As reações do paciente, que variam desde o susto até a tentativa de tirar o tubo da garganta, podem ser terrivelmente prejudiciais aos doentes.

Segundo matéria do site UOL, os casos desse tipo aconteceram na Zona Norte de São Paulo e na cidade de Aparecida, até o momento.
Segundo enfermeiros, o acontecimento ainda não é comum, mas pode se tornar a medida que os medicamentos apropriados para fazer o processo de intubação forem acabando.

A combinação de sedativos para uma intubação entra no corpo pela veia por meio da bomba de infusão, aparelho responsável por programar a quantidade de remédio e o tempo em que ele será injetado. Como o estoque dos sedativos é baixo, os médicos responsáveis devem racionar o uso para assim contemplarem todos os pacientes.
Com a dosagem mínima, os enfermeiros também programam a bomba para gotejar de forma mais lenta, prolongando seu efeito. Mas, dependendo do medicamento, a velocidade da aplicação do medicamento não faz diferença, caso a quantidade não seja a ideal, o que tem causado o despertar dos pacientes mesmo que intubados.

“Os enfermeiros estão, além de exaustos e cansados, ainda mais exaustos porque não tem o que fazer. Agora, está faltando tudo. Eles estão angustiados com essa falta de insumos. Não tem a medicação, não tem oxigênio, não dá tempo de esperar leito ficar pronto que já entra outro paciente. Tudo está gerando muito sofrimento emocional. Estar em contato direto com essa situação é desesperador”, disse a coordenadora da Comissão Nacional de Saúde Mental do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), Dorisdaia Humerez.

Falta de Insumos

Está marcada para essa terça-feira (23), uma reunião da Anvisa com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) para decidir sobre a compra e distribuição do “kit intubação” que tem contém os medicamentos necessários para sedar os pacientes durante o processo. Além das duas entidades, estarão na reunião representantes do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Em um relatório do CNS (Conselho Nacional de Saúde) foi apontado que, em agosto de 2020, o Ministério da Saúde cancelou a compra dos os medicamentos que compõem o kit. Segundo o relatório, dos 23 itens solicitados, 13 foram retirados sob a justificativa de “preços acima das estimativas de mercado”.