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“Família, dor e consolação”, por Padre Claudio Taciano

No texto desta semana, quero partilhar com vocês um tema que é muito importante para nós: Família. Propositalmente quis acrescentar no tema deste texto dor e consolação, para que possamos lembrar que nem tudo é festa, nem tudo é um conto de fadas; há dificuldades, mas graças a Deus, há também consolação e esperança que fortalecem a importância permanente da família. Até quem não a tem, um dia teve e terá.

Sabemos que algumas de nossas virtudes e alguns de nossos defeitos herdamos da nossa família. É na convivência familiar que aprendemos, de certo modo, a viver. Foi na casa de nossos pais que aprendemos a dar os nossos primeiros passos e a falar. No sorriso espontâneo ou até mesmo estimulado, na correria pela casa, também sentimos as primeiras dores, fruto da queda, do esbarrão em algum móvel ou das primeiras enfermidades que interrompem a alegria e a brincadeira na fase infantil.

Os pais vão aprendendo a serem pais na vivência e convivência com os filhos. Sem sentimento, a paternidade ou maternidade se dilui aos poucos até os filhos não sentirem mais afeto pelo pai ou pela mãe, ou até mesmo, os genitores ou um dos genitores não sentirem qualquer afeto pelo filho. Essa é uma triste realidade, crianças órfãs de pais vivos.

O que está por trás deste fato? Não há uma única resposta, mas não podemos negar que a busca do prazer precoce e inconsequente, unida a um tipo de narcisismo egoísta, torna o filho um peso e não uma graça. De outro lado, um excesso de mimo irresponsável faz os pais terem os filhos ainda crianças como amigas, inclusive se aconselhando com elas e anulando sua autoridade materna e/ou paterna.

É verdade que os tempos são difíceis. A criação de 30 anos atrás não tem nada a ver com a de hoje. A sociedade e o mundo mudaram. O que fazer, então, diante dos vários problemas que a família atualmente passa? O diálogo é primordial para resolução de qualquer problema; sem diálogo, nem oração resolve. Muda a sociedade, mas o ser humano continua com sua busca permanente. O mundo virtual nos separou. Muitos pais, que pedem para seus filhos saírem do celular, estão segurando-o no exato momento em que pedem isso a seus filhos. A incoerência desafina a melodia da autoridade e da fraternidade familiar.

Mas a verdade é que somos frágeis e limitados, incoerentes natos, então precisamos cultivar bons sentimentos para alargar e diluir as tensões. No mundo das imperfeições, Deus é perfeito por excelência, a dimensão espiritual é tão importante quanto um bom alimento, até a ciência se curvou em várias ocasiões à fé. Rezar não para fugir das nossas responsabilidades, mas para sermos também pessoas melhores.

Sem essa busca de aperfeiçoamento do coração e do temperamento, do caráter e do pensamento, a oração se torna uma experiência isolada de tudo e de todos, inclusive de Deus. Quem convive com alguém que reza e é narcisista e egoísta, que o diga.

Por fim, os traumas da convivência familiar vão sendo sanados, quando cultivamos a paciência que nasce do amor, a escuta do perdão e o labor, que nasce do desejo de colaborar. Sem essa tríade, vivemos e convivemos mal e, consequentemente, interpretamos tudo mal. Buscar conviver em paz é um gesto de caridade e também um ato de fé. Família é o lugar privilegiado de aprendizado e superação. Deus vos abençoe e vos ilumine. Amém.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)