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“Os impactos da crise hídrica na economia nacional”, por Robinson Guedes

Estamos em meio a pior seca dos últimos 91 anos, sem perspectiva de melhora. De acordo com dados levantados pela Agência Nacional de Águas, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pela NASA, sete estados brasileiros estão com 100% do território afetado pela falta das chuvas. Em números, há 2.445 municípios que sofrem com o desastre ambiental.

Além de afetar diretamente o abastecimento de água, a seca fez com que os reservatórios de hidrelétricas atingissem níveis críticos. As usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram a menor capacidade de armazenamento dos últimos 20 anos no último mês de agosto, com somente 22,5% de volume de água, o que é um nível baixíssimo quando se considera que essas hidrelétricas são responsáveis por gerar 70% da energia de todo o país.

Para suprir as necessidades energéticas, foram acionadas as usinas termelétricas, que produzem uma energia mais cara, o que reflete diretamente no bolso do consumidor. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a tarifa de energia elétrica subiu 16,07% nos últimos 12 meses. Além dos reajustes, foi criada a bandeira tarifária da “escassez hídrica” que elevou o preço de 100 kWh para R$ 14,20 e ficará em vigência até abril de 2022.

O reajuste da conta de luz refletiu diretamente em todos os setores. No meio doméstico, as famílias precisam se desdobrar para tentar reduzir o uso de energia nas necessidades diárias, enquanto no meio industrial, há o encarecimento dos processos, o que limita e diminui a produção e, por consequência, aumenta o preço dos produtos.

A estiagem colocou produtores agrícolas contra a parede. Muitos agricultores desistiram das plantações de feijão, laranja e até café, pois os custos de manutenção estão muito altos e não há certeza se haverá água para irrigação. Com a redução da colheita, o valor desses alimentos ficará cada vez mais elevado, pois haverá uma demanda alta contra um baixo estoque.

A crise energética é complexa e não tem solução fácil. Por afetar diretamente todos os setores, é preciso que haja um planejamento estratégico por parte do Governo Federal para que não ocorra um esgotamento total dos recursos disponíveis, o que agravaria ainda mais a crise financeira que estamos enfrentando.

Com uma tarifa de energia cada vez mais alta, inflação voando alto e destruindo o poder de compra da população e a incerteza gerada pela estiagem, o brasileiro precisa se preparar para enfrentar o pior. A expectativa é que o índice inflacionário fique em torno dos 8% para o próximo ano, além da possível estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.

Em nível doméstico, evitar o gasto de energia nos horários de pico, ter banhos mais curtos e a reutilizar água sempre que possível, são fatores que podem aliviar os custos com as contas no fim do mês. Já no que diz respeito às compras nos supermercados, é importante sempre fazer comparações entre vários estabelecimentos e priorizar os que oferecem os preços mais acessíveis, como estratégia para poupar dinheiro para uma reserva de emergência para enfrentar as dificuldades econômicas que podem surgir nos próximos meses.

(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)