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“Dia das Crianças”, por Juliane Gallo

O Dia das Crianças no Brasil foi elaborado por um projeto de lei que estabelecia 12 de outubro como data oficial para a comemoração. Na maioria dos países do mundo, as celebrações são realizadas em 20 de novembro, devido à oficialização da Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959, informações que encontramos na internet com apenas alguns cliques. Entretanto, independentemente do calendário, mais do que programações especiais e festividades, a data é uma oportunidade para reflexões sobre a importância da infância, bem como as influências que essa fase tem sobre a vida adulta.

Os vínculos familiares, ambientes saudáveis e uma boa educação escolar nos anos iniciais são essenciais para o desenvolvimento pleno da criança, o que refletirá em uma maior facilidade de adaptação em diferentes ambientes, aquisição de novos conhecimentos, bom desempenho acadêmico e maior realização pessoal, vocacional e econômica.

É cediço, porém, que muita coisa mudou. Parece que as crianças perderam a oportunidade de ter uma infância mais prazerosa, mais livre, com mais momentos tranquilos. Dentro do contexto de um mundo conectado e veloz, no qual as gerações mais novas são atingidas rapidamente pela internet e suas inovações, somado ao cenário em que vivemos, com as crianças em casa por conta da pandemia da Covid-19, o quadro ainda se agrava. Se faz necessário destacar a importância da educação em resgatar atividades costumeiras da infância, como as brincadeiras e o uso da imaginação.

É importante que os pais se atenham para não transformarem a data comemorativa apenas em mais um mecanismo de consumo inconsciente, forçando a competitividade entre as crianças, o uso de coisas desnecessárias sem grande valor intelectual, cultural, psicológico e emocional, bem como reforçar a individualidade e exclusão do indivíduo, a exemplo das compras de maiores quantidades de aparelhos celulares, vídeo games e similares, produtos que aprisionam cada dia mais os nossos jovens.

É claro que ganhar presente é tudo de bom e, por causa dessas datas, também movimentamos a economia e fortalecemos laços afetivos. O intuito do alerta é apenas conscientizar de que pensar no Dia das Crianças também deve ter seu contexto educacional fortalecido, o consumo limitado de forma inteligente e os diretos das crianças colocados em pauta.

Portanto, com a evolução do mundo e de seus usos e costumes, nós, pais dessa nova geração, precisamos nos atualizar o tempo todo, sobretudo no que tange os aspectos psicológicos e emocionais dos nossos filhos, das nossas crianças. É necessário entender que a educação passa por transformações drásticas e que o consumo é um dos  principais fatores.

Mas para aqueles que, de maneira consciente, irão às compras nesse mês, é importante fazer um planejamento. Nesse processo, são diversos pontos a serem avaliados, a fim de limitar o seu orçamento e as opções de presentes que cabem nele. A seguir, veja algumas dicas:

Avalie os desejos do seu filho

Obviamente, o presente escolhido para o Dia das Crianças precisa atender aos desejos do seu filho. Afinal, essa é uma das datas mais esperadas pelos pequenos, e as suas expectativas já estão altas.

Entretanto, isso não significa que você precise dar o presente mais caro da loja. Lembre-se de que as crianças não se importam tanto com o valor das coisas, mas sim com o seu significado. Por isso, observe os gostos do seu filho, veja os seus desenhos favoritos, os seus super-heróis preferidos, seus passatempos, suas cores prediletas, entre outros elementos.

Caso você não consiga descobrir algo que pode dar para a criança, experimente sentar-se com ela e conversar para saber as expectativas para essa data. Vale a pena aproveitar esse momento para incentivar a educação financeira infantil, explicando quanto custa cada item desejado e se cabe ou não no orçamento familiar.

Defina um limite de gasto

Para que o seu planejamento financeiro não seja comprometido, é fundamental que você defina os seus gastos, independentemente da área de sua vida, e isso não seria diferente na hora de escolher com o que presentear as crianças.

Por isso, antes que chegue o dia de comprar o presente, sente-se e ponha no papel todas as despesas previstas para o resto do mês. Além disso, presuma quanto você deve receber — se você tem um salário fixo, essa parte é ainda mais fácil. Separe também o dinheiro que você pode aplicar em uma reserva financeira, por exemplo.

Depois de dividir o seu dinheiro entre todas as necessidades básicas da família, você pode perceber o quanto sobra no mês, sem que nenhum gasto essencial ou conta fiquem comprometidos. Dessa maneira, é possível saber qual é o valor máximo que você poderá investir no presente.

Pesquise os preços

Com a sua lista de presentes definida, chegou a hora de descobrir quanto custa cada item e selecionar o que apresenta o melhor custo-benefício. Nessa etapa, procure visitar diferentes lojas, perguntar sobre as possibilidades de desconto, analisar as opções de pagamento, verificar se há mais economia ao comprar pela internet, entre várias outras avaliações importantes para cortar gastos.

Compre com antecedência

Se você não quer pagar valores muito altos no presente de Dia das Crianças, essa é provavelmente a dica mais importante para anotar: não deixe para comprar nada em cima da hora. Quanto mais a data se aproxima, maiores as chances de aumentarem os preços dos produtos, devido ao aumento da procura. Além disso, você corre o risco de chegar tarde demais e não encontrar mais o presente do seu filho. Portanto, planeje-se para comprar com antecedência.

Acompanhe as promoções

Outro ponto importante para economizar nas compras do Dia das Crianças é apostar nas promoções. Para isso, é preciso prestar atenção nos descontos oferecidos nos sites em determinadas épocas.

Sendo assim, acompanhe as variações de valores do presente que você quer comprar para o seu filho e, quando notar uma boa oportunidade, aproveite para fazer a aquisição. Uma boa ideia é utilizar as ferramentas que mostram a dinâmica dos preços e apontam as épocas em que o produto fica mais barato.

O Procon ainda orienta que o lojista não é obrigado a fazer a troca do produto, salvo em casos de defeito ou vício, pois tanto brinquedos como vestuários são considerados produtos duráveis e, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), têm garantia de até 90 dias.

Dessa forma, é importante se informar sobre a possibilidade de troca em razão do tamanho, cor ou modelo, mas essa possibilidade deve constar como informação explícita na nota fiscal ou na etiqueta da peça. Para evitar problemas, certifique-se quanto à possibilidade de troca e sempre teste os brinquedos na loja, principalmente os eletrônicos.

Seja, além de um consumidor consciente, um ser humano responsável.

Juliane Gallo

Especialista em Direito do Consumidor

Ativista pelo Direito das Mulheres
Diretora do CIC Ferraz de Vasconcelos

(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)