PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

“Velhos caminhos não abrem novas portas”, por Felix Romanos

Cada dia iniciamos com a incrível oportunidade de nos (re)fazer novos. Diante dos desafios da vida, o nascer do sol traz consigo uma nova oportunidade de enfrentá-los. Sejam as drogas ou qualquer outra dependência ou comportamento que rouba nossa paz.

Para tanto, é necessário e urgente que pensemos a respeito dos caminhos que estamos trilhando para alcançar a nossa jornada. É impossível abrirmos novas portas acessando velhos caminhos. Por tal razão, apresento o desafio de superarmos paradigmas e construirmos novas pontes que nos levam a abertura de novas e proveitosas portas.

Como já problematizado em diversas outras colunas, a dependência química é uma doença, carece de tratamento adequado e ajuda de profissionais habilitados. Dito isso, para o usuário em condição de uso abusivo e seus respectivos familiares é preciso que assumam o compromisso coletivo com o tratamento, sem culpa, livres da co-dependência e sobretudo, sem amargura.

Para o usuário, a compreensão da dependência como condição de doença rearranja a forma de lidar consigo mesmo, entretanto, percorrer velhos caminhos não permitirá que acesse portas novas.

A emancipação efetiva das drogas é a mais importante porta que todo usuário quer abrir. Para isso, todos os velhos caminhos devem ser evitados. O circulo de amigos em torno das drogas, a manipulação, e as mentiras são velhas portas acessadas por todos os dependentes químicos, mas, se persistirem nelas, a emancipação será tão somente um ideal inalcançável.

Todos são passíveis de (re)desenhar suas vidas, apagar os caminhos da perdição e desenhar novos trilhos que os leve para a justiça, a paz e o bem comum.

Um dos momentos mais importantes da fé cristã é revelado no Evangelho de João, onde Jesus escrevia no chão quando os fariseus trouxeram até ele uma mulher denunciada por adultério e exigiam o cumprimento da lei de Moisés, que seria o apedrejamento público dessa mulher. Jesus continua a escrever sobre o chão e, diante da insistência dos inquisidores, questiona o público presente “quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.

Como todos presentes naquela cena tinham suas culpas, seus erros, seus pecados, ninguém teve coragem de atirar a pedra naquela mulher. No chão, diante do ódio dos inquisidores, Jesus escreveu uma nova história para uma mulher denunciada por um “crime” segundo a lei vigente.

Escrever uma nova história é um ato de coragem e ocorre exatamente em situações limítrofes. Portanto, estar em condição de uso abusivo de drogas é a circunstância ideal para desenhar novos caminhos para que novas e importantes portas que se abram em nossas vidas.

Todos somos capazes começar uma nova história e a condição de uso abusivo de drogas não é o fim de sua trajetória, mas sim, uma fase circunstancial. O final pode e deve ser desenhado por cada um de nós, mas, primado em valores éticos, na defesa da vida, do bem comum, da justiça e, sobretudo, do amor.

Se você quer de fato que novas portas se abram em sua vida, tenha coragem, saia dos velhos caminhos, desenhe na fé e na justiça a sua nova rota, aceite ajuda e vença os seus medos, seus obstáculos e a sua dependência e alcance a sua vitória.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)