Quem nunca assistiu um filme ou desenho cujo enredo trata da luta do bem contra o mal e o resultado, na maioria das vezes, sempre lógico, é que o bem vence. Neste sentido, parece que o tema religioso e espiritual muitas vezes está associado, para alguns céticos, a algum tipo de fábula e estupidez; algo produzido de forma inescrupulosa pela mente humana com o intuito de manipular, dominar e enganar. E factualmente não podemos ser ingênuos a ponto de desconsiderar que onde estão as digitais humanas há sempre uma sombra de imperfeição e excessos. Afinal, perfeito mesmo somente o Criador.
Mas as mazelas das criaturas não anulam a mensagem de amor presente na maioria das religiões. Quer queiramos ou não, viemos a este mundo não por nossa decisão, nem com o nosso consentimento. O choro da criança ao sair do ventre indica mais desconforto, ainda que seja por segundos, do que alegria e anuência.
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Em relação a morte, na maioria das vezes não é diferente. Quem não gostaria de viver duzentos anos com a vivacidade de um jovem? Somos lançados num oceano de mistério, incertezas e contradições. A razão é uma prancha muito pequena para nós segurarmos como se fosse a nossa tábua de salvação. Podemos estudar a vida inteira e este tempo não seria suficiente para entendermos a nossa vida e história.
Alguém poderia nos dizer: “Também explicar as lacunas e contradições da vida em nível religioso e atribuir tudo que se conhece e o que não se conhece a Deus é fácil, sinônimo de fraqueza e tibieza intelectual”. E confessemos, pode até ser. Mas também atribuir tudo ao nada e a origem das criaturas a elas mesmas seria um círculo mortal.
O ser humano sem amor e sem Deus se destrói, se arruína e se confunde. Fé não é para se vangloriar e se impor, fé é para se plenificar e se conhecer. Amar e perdoar o próximo, sob o pano de fundo da justiça, é se prostrar a Deus espiritualmente, sem, necessariamente, conhecê-lo ou ser membro de uma religião. Deus nos humanize. Amém.
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)
