Uma das coisas mais difíceis que partidos políticos enfrentam é compor as chapas das candidaturas proporcionais que irão representá-los em determinado pleito eleitoral. Para que possamos ter uma ideia da importância dessa questão, é a partir das chapas proporcionais que os partidos garantem seus espaços de representação nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e na Câmara dos Deputados. No caso desta última Casa, cada partido acessa os recursos do “Fundo Partidário” e do “Fundo Eleitoral” para efeito de participação no montante de bilhões que são destinados ao funcionamento da atividade partidária no país, quanto mais o número de deputados federais eleitos.
Dito de outra forma, eleger parlamentares para a Câmara Federal é fundamental para o crescimento dos partidos políticos no Brasil. Mesmo que não valha para o crescimento dos partidos no que diz respeito aos recursos públicos, vez que essa não deve ser a questão essencial, e sim a política, eleger deputados nos estados e vereadores nos municípios fortalece a presença da representação partidária de forma muito importante no debate político.
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Voltando ao começo, após formar as chapas de candidatos e candidatas, os partidos apresentam para os eleitores os seus nomes para que possam representar esses mesmos nas respectivas Casas Legislativas. Soma-se a este esforço partidário a necessidade que todos têm de apresentar seus candidatos aos cargos executivos, ou seja, Presidente da República, Governadoras ou Governadores dos estados e Prefeitas ou Prefeitos nos Municípios. Findados todos os esforços, começa a campanha eleitoral.
Agora, imagine que após tanto trabalho um partido resolvesse simplesmente fazer uma intervenção em uma direção municipal e anulá-lo, proibindo o candidato a prefeito de disputar a eleição! Fosse porque era necessário trocar o candidato por alguma razão, seria, de certo modo, compreensível, porém estranho. E se a decisão fosse apenas tirar o candidato a prefeito e, com isso, na prática, todas as candidaturas à Câmara dos Vereadores? Acha estranho?
Pois bem, chegou ao meu conhecimento que isso já aconteceu em uma cidade localizada nas plagas paulistas. Corre à boca miúda que essa operação teria rendido milhões de reais para os dirigentes graúdos do partido e um vexame indescritível àquelas pessoas que viram seus sonhos de disputar as eleições transformarem-se em pesadelo. Porém, essas transações operadas por dentro dos esgotos da política raramente alcançam a luz da justiça, restando aos eleitores dar o troco em quem compra partido para se eleger sem percalços. Avant la lettre, pois a disputa não alcançou seu estado definitivo. Triste lugar cujas autoridades voltaram a praticar crimes dessa natureza. Dieu leur pardonne?
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)