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“Juízo final”, por Marcelo Candido

Música é algo que me arrebata desde quando comecei a encontrar nas letras as respostas a alguns dos meus maiores dilemas e paixões. Elas involuntariamente me ajudam a entender o mundo sem que seus compositores possam imaginar o poder que suas letras e melodias têm em influenciar alguém com quem eles jamais se encontrarão. Ou quem sabe um dia, em se tratando de quem permanece vivo!

A arte é o estado mais puro da evolução da humanidade que eu encaro como a essência de tudo o que somos capazes de fazer de espetacular e assombroso. O trabalho é uma condenação. Arte é evolução e o trabalho pode, inclusive, torna-se arte. Daí a solução ideal.

Longe de mim não gostar da dita “condenação” decorrente do pecado original, muito pelo contrário! Sou amante do trabalho, mesmo que eu não conteste o fato dele ser uma ilusão construída por um sistema que tem como suas principais características a falácia e o simulacro. A última, que nos faz simular que gostamos do que, na grande maioria das vezes, detestamos. Note o “sextou” que fortemente corrobora com tal percepção.

Nelson Cavaquinho e Élcio Soares deram à Elza Soares e à Clara Nunes, entre outras e outros intérpretes, uma letra e música que escancara a merda do momento em que vivemos, muito embora, o quarteto, já morto, não imaginasse que em 2022 as ideias contidas na canção “Juízo Final” guardariam tanta e tão lamentável atualidade. “Quero ter olhos pra ver a maldade desaparecer”.

No dia 2 de outubro acredito que o mal será varrido do mapa do Brasil e a cantoria há de tomar conta das ruas para celebrar a esperança de que este país jamais voltará a ter um Presidente que despreze a vida, o meio-ambiente, a comunhão, o amor, a paz e tudo aquilo que o nosso inconcluso processo civilizatório foi capaz de acumular de positivo até aqui.

“Do mal será queimada a semente e o amor será eterno novamente”. Existem pessoas que preferem a mágoa, o ressentimento, o ódio e as armas para interpor contra quem eles enxergam como inimigos tudo aquilo que lhes pareceu a causa do inferno interior em que vivem. Triste, mas cada bolsonarista raiz que lute contra seus demônios; que não os lancem sobre as outras pessoas a pretexto de se manifestar a partir de seu lugar no lado sombrio da “Força”. Não lhes entrego nada além da minha compaixão e desprezo.

Contraditório? Não, pelo contrário, humano! Quantas são as pessoas que vêm ao rodapé do que escrevo e publico destilar um veneno altamente letal, que tem como nascedouro sua própria condição de odiento por natureza ou fraqueza. O Instituto Butantã que o diga: veneno também vale como remédio.

Que seja assim. “O Sol há de brilhar mais uma vez. A luz há de chegar aos corações”. Beijo no coração seja lá o que isso signifique! Quem quiser que fale mal, mas para a maldade desaparecer, fora Bolsonaro, canalha e cumplice de assassinos. Quem adora o mal, que sucumba com ele, pois “do mal será queimada a semente”. Eu prefiro o Sol “a brilhar mais uma vez”, pois assim, “o amor será eterno novamente”!

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinão do HojeDiario.com)