Muitas vezes, os resultados das pesquisas eleitorais de grandes institutos brasileiros apresentam diferenças surpreendentes em relação ao real apurado nas urnas.
Mas isso não é, nem sempre, problema dos institutos, isso é um fenômeno chamado Espiral do Silêncio. Batizada assim por uma filosofa alemã Elisabeth Noelle-Neumann, na década de 70, que fala de pessoas que permanecem em silêncio quando sentem que suas opiniões podem exclui-las da sociedade. Os meios de comunicação são, segundo ela, a casa da opinião pública da maioria, ou melhor dizendo, uma forma de controle social na qual os indivíduos adaptam seu comportamento às atitudes predominantes.
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Isso faz com que as pessoas permaneçam em silêncio, ou quando são entrevistadas, respondem o que a mídia vem mostrando como mais forte, com medo da exclusão.
Todos têm uma opinião ou uma intuição diante de um fato. Por medo do isolamento, represálias de todas as formas, as pessoas silenciam, ou simplesmente, mentem.
A espiral se forma, então, quando a maioria da opinião pública segue uma tendência ou fala com confiança sobre um fato determinado e aí, não há instituto de pesquisas que dê conta da insatisfação das pessoas.
Nas redes sociais ficam bem claras as vozes da minoria, pois é um espaço de liberdade, em tese. Elas não têm instrumentos de censura, mas mesmo assim recentes pesquisas demonstram que muitos usuários das redes, também não se sentem dispostos a expressar suas opiniões.
Assim, esses fenômenos acontecem. A televisão, no caso do Brasil, tem um papel preponderante neste processo porque anuncia, dita, expressa a opinião da maioria.
Ao afirmar que a pesquisa tem 99% de credibilidade, os jornalistas não contam que a população, no conturbado cenário atual da política nacional, pensa com responsabilidade para quem vai dar seu voto, pois está cansada de uma enxurrada de corrupções, falta da qualidade dos serviços públicos!
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)