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“A parte de nós que nos observa”, por Marcelo Candido

Não sou um especialista da mente, longe disso. Tampouco médico ou budista. Portanto esse universo me é estranho, mas me atrevo a refletir acerca do raciocínio do monge budista e professor de meditação Gelong Thubten, desenvolvido em seu livro “Lições de um monge para viver no século 21”, que, aliás, recomendo, sobre a capacidade que a mente tem em nos permitir enfrentar inúmeras dificuldades que surgem ao longo da vida.

O monge chama atenção à figura do “observador” existente em cada pessoa, quando explica que há uma dimensão da mente humana que está sempre livre para perceber seus próprios pensamentos e emoções. Ele recorre aos exemplos de quando estamos irritados, tristes ou com medo. Ter consciência de que estamos assim significa que esse “observador” interno está livre de seus efeitos e, então, identifica tais sentimentos sem ser afetados por eles, e nos alerta a respeito das causas e consequências que eles podem trazer para as nossas vidas.

Ora, se somos capazes de perceber através de nossa mente que tais sentimentos estão presentes, é porque a dimensão livre da mente permite que trabalhemos a fim de acolhê-los ou reprimi-los. Thubten chama isso de “vivenciar nossos sentimentos”. O que fazer para chegar ao nosso “observador” e com ele encontrar as formas adequadas de trabalhar todos os sentimentos, sem exceção, e assim equilibrar nosso estado emocional?

Até porque, não há quem possa simplesmente abstrair-se de si mesmo como se estivesse navegando em outras realidades materiais ou sobrenaturais desconectadas de nossa própria existência, e de lá alcançar o ponto privilegiado de enxergar dentro de si e mover as peças no tabuleiro dos sentimentos. Definitivamente, essa não é a resposta!

Então, segundo o monge, o caminho está na meditação. Ele diz que “quando praticamos a meditação, contudo, é possível aprender a identificar a parte da mente que observa essa emoção e descobrir que o pano de fundo de todas as nossas experiências está livre e vasto.” Ao tomarmos consciência de uma dor, por exemplo, essa consciência é muito maior do que a dor. Então, é possível tratar tal sentimento sem que ele esmague a pessoa que está sofrendo e a impeça de viver de forma feliz.

A meditação é a chave para o estado de consciência, o que nos leva a combater o sofrimento a partir desse estado e, assim, enfrentar quaisquer adversidades, sabendo que para além de todos os problemas há um vasto universo circundante que os fazem administráveis no âmbito da consciência.

Porém, não podemos nos fiar apenas em nossa própria capacidade de introspecção, como se tal medida fosse a única forma de alcançar a parte da mente que observa. Existem várias maneiras de fazer da observação permitida por nossas próprias mentes uma forma de encontrarmos as saídas para que o sofrimento não seja um fim em si, mas sim um estado que há de ser superado quando, acalmando a mente, encontrarmos os meios de alcançar uma vida mais feliz. A meditação ajuda a alcançar tal objetivo.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)