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“Aliados apreensivos”, por Marcelo Candido

Algumas expressões têm o condão de sintetizar uma determinada realidade de forma tão lapidar que acabam por permitir que a necessidade de muitas palavras seja dispensada, bastando utilizar tais expressões para assim alcançar a real intenção de se transmitir uma mensagem. Nos últimos anos tem aumentado de forma exponencial o entendimento acerca da diferença entre o exercício da chefia e o da liderança, tanto no mundo corporativo quanto no dos governos.

O chefe é aquele que impõe sua autoridade, em grande parte das vezes, de forma opressiva, mantendo um ambiente de altíssimo grau de apreensão em todo o espaço de trabalho, contando com a obediência de seus comandados, mas sem ter por parte deles uma entrega plena, posto desejarem, em última análise, uma mudança de emprego assim que surja uma oportunidade.

Ao contrário do chefe, o líder é aquele que inspira, agrega e motiva toda sua equipe a trabalhar de maneira claramente voltada ao propósito coletivo. A adesão dos trabalhadores ou servidores e funcionários públicos é muito mais sensível e em geral todos perseguem os mesmos objetivos, seja o de fazer prosperar a empresa, seja o de prestar serviços públicos de altíssima qualidade. Um chefe pode até se sentir autorizado a agir da forma como quiser, pois, por se entender o “dono” do negócio, faz uso da expressão “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Ele que arque com as consequências!

Porém, esta mesma postura, de toda forma indesejável, deveria ser adotada pelos chefes de Poderes Executivos, que só alcançam tal condição mediante o voto popular? Neste caso, as pessoas eleitas deveriam atuar como líderes, mobilizando a população que as elegeu e governando de modo a exercer a liderança voltada a satisfação dos interesses coletivos. É notável, contudo, a existência de um modelo de gestão na área pública, que se apresenta como o de um líder, mas que é exercido como o de um chefe despótico da pior qualidade. Faz um discurso de modernidade, transparência e boa gestão, mas governa como um déspota!

Por conta do “modus operandi”, mantém seus supostos subordinados constantemente sob ameaça, fazendo dos mesmos, adesistas corrompidos pelo medo ou pela corresponsabilidade em delitos praticados. Isso vale, inclusive, na relação com o Poder Legislativo. Portanto, a expressão lapidar para a manutenção de um estado de convivência assim é aquela que dá título ao presente artigo, pois determinados aliados permanecem nesta condição de forma apreensiva, não vendo a hora de “a casa cair” em desfavor de quem os oprimem. Resta a certeza de que quem chefia o Poder Executivo assim, normalmente entrega o comando do governo com o armário repleto de esqueletos.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)