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“Miguel Badra ‘Baixo'”, por Marcelo Candido

Caminhei pelas ruas do bairro Miguel Badra “Baixo” e não pude conter a enxurrada de lembranças a respeito de como era aquele lugar antes de eu assumir o cargo de prefeito de Suzano, no já distante ano de 2005. É curioso o uso do termo “enxurrada” para dizer como metáfora a forma das minhas lembranças.

Isto porque as enxurradas que ali aconteciam não eram forças de expressão e sim forças da natureza em busca da ocupação de seu espaço sobre o qual a ganância do mercado imobiliário fez surgir loteamentos irregulares sob o consentimento criminoso do poder público local anos antes. Parte da várzea do rio Tietê foi ocupada para fazer surgir bairros que seriam futuramente exemplos da falta de respeito pelas pessoas em suas lutas pelo direito à casa própria.

Isso fez com que ao longo de muitos anos famílias inteiras observassem desoladamente o patrimônio alcançado com tanto sacrifício ser tomado por tragédias que poderiam ser evitadas. Aliás, tragédia nem se constitui como a palavra mais adequada para descrever os efeitos dos empreendimentos imobiliários antes realizados e sim as palavras “crimes ambientais”.

Quando assumi a prefeitura nosso governo fez das muitas obras realizadas, aquela que se tornou símbolo do cuidado para com a periferia de Suzano, a pavimentação do maior bairro em termos territoriais suzanenses, o Miguel Badra. Que para muitos é classificado distintamente como bairro alto e bairro baixo, além da zona de planalto e glebas identificadas numericamente. Porém, pavimentação é apenas uma parte do que é visível, uma vez que ela representa aquilo de mais superficial em uma complexa engenharia de infraestrutura.

Para que se possa ter uma ideia da dimensão de uma obra desse porte, apenas para fechar as muitas valas que cortavam o território do bairro, foram mais de oito quilômetros de tubulação para que as enchentes pudessem ser contidas. Sobre as valas foram construídos passeios públicos que hoje servem como pistas de lazer e práticas esportivas, além de se constituírem na paisagem urbana como lugares de beleza e respeito pelos moradores.

Entre as lembranças surgem as conquistas da Unidade Básica de Saúde que construímos à época como a maior da cidade; das Escolas Municipais; da entrega de títulos de moradia a muitas famílias; da urbanização e regularização de áreas em conflito com a lei; da substituição e ampliação de todo sistema de iluminação local e até da aprovação de recursos pelo Governo do Estado de SP para a construção de um Centro de Triagem que a maioria dos vereadores de então não aprovou para que ele pudesse ser implantado há quase 15 anos atrás.

Por tudo isso, caminhar pelo Badra Baixo, como ocorre na maior parte do território de nossa cidade, me dá a certeza de que o serviço público permite aquilo que mais enobrece a história de quem é escolhido para representar o povo, pois nos oferece a possibilidade de servir aos seus concidadãos e assim construir futuros de dignidade, amor, respeito e solidariedade!

O lugar que eu avistava desde a minha adolescência na forma da planície que há milhões de anos guardava o recanto das águas do mais icônico rio de São Paulo, hoje reúne famílias muito mais protegidas que percorrem outros caminhos sobre o mesmo leito, fluindo, senão como águas, desta vez como símbolos da vida de quem não cansa de lutar e esperançar.

O que antes era o bairro mais distante do centro hoje recebe pelas suas portas a maioria do povo que mora ou visita Suzano. O Miguel Badra merece ser protegido de crimes ambientais que ainda o assombram sob a falácia do desenvolvimento econômico que mais preconiza interesses inconfessáveis do que os da justiça e cidadania e da proteção do meio ambiente.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)