“A imposição da humildade”, por Padre Claudio Taciano

A humildade é uma virtude que abre caminhos, possibilidades e oportunidades. Já escrevi sobre ela em outros textos, mas gostaria de continuar a reflexão sobre a importância desta virtude. Afinal de contas, ela pode proporcionar uma verdadeira evolução e revolução em nossa vida.

Agora, a ausência dela torna o culto ignorante; o forte, frágil e o poderoso, um fracassado. A prepotência sempre traz algumas outras companhias: o orgulho e a vaidade, que ajudam no processo de derretimento das virtudes e das habilidades. O mal traz consigo sempre outros males. O bem traz consigo sempre outros bens.

Grosso modo, ter olhos não significa, necessariamente, enxergar bem. Quando enxergamos somente nossas qualidades, o ego cresce tanto que atrapalha a nossa visão e inspiração. Ter consciência dos próprios limites é se enxergar, mas ficar preso a eles é se encarcerar, se paralisar e consequentemente, se distrair e destruir. A humildade para perceber os limites não significa parar a vida nestes.

Diante do que somos, sabemos e sentimos precisamos, constantemente nos aprimorar. Por outro lado, conhecer e reconhecer somente as próprias virtudes é se inchar e se embriagar da própria vangloria. O orgulho embaça a visão, congela o coração e afasta as boas amizades. Tudo em excesso é maléfico. Na quantia certa até o veneno se torna antídoto.

A humildade não tem nada a ver com temperamento fleumático, calmo. Pois há também lobo em pele de cordeiro. Há quem tenha um temperamento colérico, mas sabe reconhecer os erros e os outros também. O prepotente sabe falar baixinho quando lhe convém.

Assim sendo, não deixemos de cultivar esta virtude tão inspiradora e salvadora. Que o Deus que fez criança, ajude-nos a crescermos na humildade e na humanidade. Amém.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)