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57 mil mortes prematuras no Brasil estão ligadas ao alto consumo de alimentos ultraprocessados

Em 2019, 57 mil mortes prematuras estiveram associadas ao alto consumo de alimentos ultraprocessados, no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e pesquisadores das Faculdades de Saúde Pública e Medicina da USP e da Universidade de Santiago (Chile).

O levantamento foi publicado nesta última segunda-feira (07), na revista American Journal of Preventive Medicine e mostrou que uma em cada dez mortes evitáveis em 2019 foi causada pelo excesso de processados nas comidas, de acordo com dados do DataSUS.

A pesquisa considerou a estimativa da população brasileira calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já o consumo de ultraprocessados na usou como base a pesquisa de orçamento familiar (POF) de 2017 e 2018. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a morte prematura aquela que ocorrem entre 30 e 69 anos, quando não há incidência de mortes por doenças consideradas da infância e adolescência, como doenças infectocontagiosas, ou mortes associadas à velhice, mais comuns após os 69 anos.

Essas mortes também incluem aquelas provocadas por doenças não transmissíveis, mas que possuem maior incidência em locais que não possuem acesso à saúde básica, ou que são causadas por falta de alimentação adequada, atividades físicas e prevenção, como diabete, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer.
Segundo a pesquisa, em 2019, 21,8% das mortes por doenças não transmissíveis na população brasileira, mesmo quando consideradas mortes por acidentes e outras causas não naturais, estão relacionadas aos ultraprocessados.

Esses alimentos são aqueles que possuem muito pouco ou nada do alimento original, como salgadinhos, bolachas recheadas, sorvetes, refrigerantes, balas e grande parte dos doces industrializados. O Guia Alimentar para a População Brasileiro, de 2014, destacava esses alimentos como aqueles que deveriam ser os menos consumidos pela população.

Para criar a relação entre as mortes prematuras e o consumo de alimentos ultraprocessados, os pesquisadores analisaram 541.160 óbitos prematuros que ocorreram em 2019, dos quais 261 mil foram causados por Doenças Não Transmissíveis (DNTs). Após a análise dos dados, apesar dos jovens consumirem maiores quantidades de ultraprocessados, o número de mortes atribuídos a eles era mais alto nos mais velhos. Mas no panorama, o consumo destes alimentos esteve associado a mais mortes em todas as faixas etárias.

Os cientistas estimaram que uma redução de 10% no consumo destes alimentos diariamente já conseguiria reduzir em até 5.900 o número de mortes; se o corte fosse de 20%, 12 mil mortes seriam evitadas. Reduzidos em 50%, até 29 mil mortes poderiam não ocorrer.

Eduardo Nilson, pesquisador e um dos autores do estudo, ressalta que estudos anteriores já mostravam essa relação de consumo com alguns tipos de câncer. Para ele, o próximo passo envolve destrinchar as causas específicas das mortes, separando cada morte por sua causa para modelar a pesquisa para compreender a causa de desfechos específicos em cada paciente.

Apesar de no Brasil, por questões socioeconômicas, o consumo de ultraprocessados ser menor (13%) do que nos Estados Unidos e Canadá (próximo de 70%), a população brasileira aumenta o consumo de forma alarmante, segundo Nilson. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), numa tentativa de barrar o crescimento, determinou que alimentos com alto teor de sódio, gordura e açúcar apresentem essas informações em seus rótulos.

Nilson ainda disse que medidas como a maior taxação de bebidas açucaradas, a redução da oferta destes produtos ultraprocessados nos supermercados e a obrigatoriedade de merendas com alimentos de alto teor nutritivo são outras estratégias que poderiam mudar o cenário do consumo de ultraprocessados no Brasil.

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