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“O Santo do Sertão (Parte 2)”, por Padre Claudio Taciano

Bem, queridos leitores, continuando o texto da semana passada, queremos lançar luzes sobre a vida do Padre Cícero, que muito contribuiu para o crescimento e a valorização do nordeste brasileiro.

O Padre Cícero é uma figura religiosa emblemática. Não dá para falar da religiosidade nordestina sem falar dele. Não há um nordestino que não tenha ouvido falar das histórias acerca do “Padim Ciço”. A forma carinhosa que a maioria do povo se refere ao religioso indica e mostra a sua relevância cultural, histórica, religiosa e política.

O texto abaixo é a continuação da obra da cordelista e poetisa Maria Rosário Lustosa, que fala de forma rimada a história do Padre Cícero Romão Batista. Que Deus abençoe o nosso povo nordestino, e cada um de nós.

“Um bom político ele foi
Juazeiro governou
Combateu a injustiça
Que ao povo explorou
A ser patrão e ser ricos
Ele também ensinou.

Afetuoso e fiel
Recebia muito bem
A sua casa era aberta
Não renegava ninguém
Colecionava amigos
Ricos e pobres também.

Como pacificador
Nunca fez revolução
Incentivava a todos
A praticar o perdão
Optava pela paz
Não gostava de questão.

Amigo e companheiro
Estava sempre presente
Na alegria e na dor
Nunca ele ficava ausente
Comungava com seu povo
Respeitava sua gente.

Fazia muitas promessas
Com a fé no coração
Rezava várias novenas
E fazia procissão
Tinha pela Mão das Dores
Uma grande devoção.

Pedia para as pessoas
Que o rosário rezasse
E que esta oração
À família ensinasse
Para pedir salvação
Mandava que meditasse.

Ao poderoso ensinou
A todos fazer o bem
A praticar a justiça
Sem humilhar a ninguém
Acabou com muita briga
E com intriga também.

O rico naquele tempo
Era em cima que estava
Porém o pobre coitado
Em baixo se acomodava
E o padre Cícero aos dois
Com cuidado orientava.

Zeloso com a criança
Cuidou da educação
Implantar várias escolas
Foi sua preocupação
Ensinando a trabalhar
Pra poder ganhar o pão.

Recebeu todo respeito
Do bandido criminoso
Aconselhava a eles
O caminho laborioso
De honra, ordem e trabalho
Pra se tornar virtuoso.

Dizia: — Vá pra Goiás
Que uma terra distante
E por lá refaça a vida
Seja mais um habitante
Faça as pazes com Deus
Que seu perdão lhe garante.

O nome de coronel
Padre Cícero recebeu
Esta patente não tinha
A polícia não lhe deu
Assim ele foi chamado
Quando todos defendeu.

Na Serra do Araripe
Formava habitação
Orientou Zé Lourenço
Nas terras do Caldeirão
A cultivar a lavoura
E fazer a plantação.

Amigo da natureza
Gostava da bicharada
Criava um zoológico
Dentro da sua morada
Alguma espécie existe
Em seu museu espalhada.

Pela cultura que tinha
Chegou a ser um profeta
E como homem informado
Respondia a coisa certa
E as suas previsões
Servia até de alerta.

Foi um líder natural
Que Deus do céu enviou
Este santo peregrino
Que o povo consagrou
Cumpriu bem sua missão
Quando na Terra passou.”

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)