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“Missão é partir, caminhar”, por Padre Claudio Taciano

Dom Helder foi um bispo católico, conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos humanos. Nasceu em Fortaleza no Ceará, no dia 07 de fevereiro de 1909, faleceu em Recife em 1999. Em 2015 se iniciou o processo de canonização.

Foi um homem culto e religioso no sentido profundo e autêntico da palavra, inspirou (e ainda inspira) vários padres, bispos e leigos. Quem ainda não leu algo sobre este religioso, independentemente de ser ou não cristão, vale a pena. Segue aqui um belo texto deste, que para alguns já é santo:

“Partir é, antes de tudo, sair de si. Romper a crosta de egoísmo que tende a
aprisionar-nos no próprio eu.
Partir é não rodar, permanentemente,
em torno de si, numa atitude de quem,
na prática, se constitui centro do Mundo
e da vida.
Partir é não rodar apenas em volta
dos problemas das instituições
a que pertence.
Por mais importantes que elas sejam,
maior é a humanidade
a quem nos cabe servir.
Partir, mais do que devorar estradas,
cruzar mares ou atingir velocidades supersônicas,
é abrir-se aos outros, descobri-los,
ir-lhes ao encontro.
Abrir-se às ideias,
inclusive contrárias às próprias,
demonstra fôlego de bom caminheiro.
Feliz de quem entende e vive este pensamento:
”Se discordas de mim, tu me enriqueces”.
Ter ao próprio lado quem só sabe dizer amém,
quem concorda sempre, de antemão e
incondicionalmente, não é ter um companheiro,
mas sim uma sombra de si mesmo.
Desde que a discordância não seja sistemática
e proposital, que seja fruto de visão diferente,
a partir de ângulos novos,
importa de fato em enriquecimento.
É possível caminhar sozinho.
Mas, o bom viajante sabe que
a grande caminhada é a vida
e esta supõe companheiros.
Companheiro, etimologicamente,
é quem come o mesmo pão.
O bom caminheiro preocupa-se
com os companheiros desencorajados,
sem ânimo, sem esperança…
Advinha o instante em que se acham
a um palmo do desespero.
Apanha-os onde se encontram.
Deixa que desabafem e, com inteligência,
com habilidade, sobretudo, com amor,
leva-os a recobrar o ânimo e
voltar a ter gosto na caminhada.
Marchar por marchar não é ainda
verdadeiramente caminhar.
Para as minorias Abraâmicas, partir,
caminhar significa mover-se e ajudar muitos outros
a moverem-se no sentido de tudo fazer
por um mundo mais justo e mais humano.”

Deus vos abençoe e vos guarde.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)