“Mudança à vista nos juros do cartão de crédito rotativo!”, por Robinson Guedes

Caros leitores, o cartão de crédito rotativo e o uso desenfreado deste pode gerar uma série de dívidas que afligem os brasileiros com os temidos juros, que são os valores aplicados sobre uma dívida enquanto “valor de empréstimo”, sendo uma espécie de financiamento bancário que cresce mês a mês com taxas elevadas. Contudo, este cenário pode ter uma importante mudança em breve, e é isso que venho lhe explicar nesta semana.

No início de agosto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a solução para o problema dos juros elevados e da inadimplência do cartão de crédito no País deve passar pela extinção deste crédito rotativo. Como resultado, o Ministério da Fazenda, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e parlamentares costuraram um projeto de lei que teve sua análise aberta pela Câmara dos Deputados no começo deste mês.

Certo, mas o que exatamente é essa nova proposta? A lei avaliada prevê a determinação de um limite para o total cobrado de juros e encargos sobre o valor original da dívida no rotativo, limitando os juros a 100% do valor inicial, determinando assim que este somatório adicional não pode ser superior à dívida total referente à compra/serviço específico. Como você pode ter percebido, estamos falando de um avanço substancial na gestão e resolução de dívidas para os brasileiros, e eu te explico o porquê.

Segundo levantamento feito pelo Banco Central no último mês de julho, a taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas no rotativo do cartão de crédito foi de 445,7% ao ano, alta de 8,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior. No caso do parcelado, a taxa foi de 198,4%, acima dos 196,1% de junho. Mas o que isso significa? Bem, vamos colocar este cenário em um exemplo simples.

Consideremos que um indivíduo tenha uma dívida de R$ 1.000 no crédito rotativo. Com a aplicação da taxa atual, essa pessoa pagaria não só o débito em questão, como juros impostos de R$ 4.457,00. Contudo, no sistema novo, o total a pagar, somando dívida inicial e juros, seriam apenas de R$ 2.000,00, levando a uma quantia substancialmente menor para o credor administrar.

Os juros consolidaram-se como o verdadeiro terror da economia do brasileiro médio, pois um considerável volume da dívida encontrada junto à população não se baseia em cima do valor prévio, mas sim, dessas taxações que crescem de forma contínua mês a mês. Portanto, estamos falando de um avanço ímpar que vai ao encontro de outras propostas que visam a simplificação do sistema econômico, como a Reforma Tributária, que condensa os impostos em toda a cadeia econômica, e o ‘Desenrola’, que permite a renegociação dos débitos de milhões de brasileiros.

Esperemos para ver a aprovação e os reais resultados deste projeto, mas te adianto que as perspectivas são positivas pensando nas facilidades ao povo para negociar, retrabalhar e, mais importante, pagar os débitos e limpar o próprio nome.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)