“São Francisco e os Animais”, por Luci Bonini

No próximo dia 4 de outubro comemora-se o dia de São Francisco e imediatamente no dia 5, o dia da ave.

A história deste Santo é bastante peculiar: rapaz rico, viveu uma vida mundana até se converter ao catolicismo e iniciar sua caminhada para a santidade. Participou das Cruzadas, realizou inúmeros milagres, inclusive o de calmar uma tempestade. Nas obras de arte, ele, na maioria das vezes, é retratado com pássaros, talvez por isso, o dia seguinte ao seu dia seja o dia da ave.

Não só as aves, mas os animais de maneira geral, conforme se vê nas redes sociais, ele é sempre chamado para intervir nas desgraças que envolvem animais, nos pedidos de proteção a animais de estimação e à natureza de modo geral.

Ele inaugurou uma ordem de frades que pregavam a pobreza e a simplicidade, por isso às vezes encontramos representações deste Santo com uma caveira no pé, ou nas mãos. A caveira, segundo os críticos de arte, representa a célebre frase: “Do pó viemos, ao pó retornaremos”, uma equação da nossa finitude e da igualdade que nos espera embaixo da terra.

A cidade onde ele nasceu fica no topo de uma montanha, de ruas estreitas, ela vive do turismo, pois lá se encontra a casa onde ele nasceu, a basílica construída em sua homenagem, na qual também repousam seus restos mortais. Do alto da cidade se vê muito longe no horizonte. Ainda restam alguns bosques na região e a natureza é bem conservada.

A basílica tem ricos afrescos de pintores famosos, entre eles, Giotto. Quando a visitei, há duas décadas, um terremoto acabara de rachar algumas de suas estruturas e ela estava sendo reformada dentro dos padrões das construções do século XIII e artistas estavam recuperando os afrescos.

Foi lá também que me deparei com uma lembrança de Santo Antonio. Numa das colunas no interior da igreja reside um oratório onde se guarda um dedo da mão de Santo Antonio, devoto do santo de Assis.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)