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Diretor Clínico da Santa Casa de Mogi das Cruzes é preso em flagrante acusado de recusar internação de gestante; Bebê foi a óbito e outros casos também são investigados

A Polícia prendeu em flagrante, nesta segunda-feira (19), o médico Massimo Colombini Netto, diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, acusado de recusar a internação de uma gestante no hospital, o que levou ao óbito do bebê pela recusa do atendimento. Outros dois casos semelhantes também estão em investigação.

Os policiais tomaram conhecimento do caso por volta do meio-dia de segunda-feira (19) quando a internação de uma mãe gestante com hipertensão e dilatação foi negada na Santa Casa. A mesma mulher já havia passado por dois médicos anteriormente, inclusive no Pronto-Socorro Municipal, onde foi requisitada a internação imediata e urgente da gestante.

A mulher chegou a ser atendida por uma terceira médica, que, diante da recusa da internação, encaminhou por conta própria a gestante para a internação e para um exame de ultrassom, onde foi constatado o óbito do bebê.

A justificativa para a recusa da internação era a falta de vagas na UTI Neonatal, mas foi constatado que havia vagas no Centro Obstétrico, além de haver vaga no setor semi-intensivo da própria UTI Neonatal.

Por isso, os policiais militares se dirigiram ao local onde deram voz de prisão ao diretor clínico do hospital.

Em depoimento à Polícia, Colombini Netto disse que o hospital segue um fluxograma determinado pelo Governo de São Paulo e que as internações não precisam de autorização prévia de sua parte. Ele também alegou ter chegado ao hospital apenas depois do falecimento da criança e que a solicitação foi para a UTI Neonatal, a qual estava lotada na data em questão.

Nesta terça-feira (20), o médico foi liberado provisoriamente após audiência de custódia.

O portal HojeDiario.com tenta contato com a defesa do doutor Massimo Colombini Netto e aguarda resposta.

Nota oficial Santa Casa de Mogi das Cruzes

A Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes emitiu uma nota oficial onde diz que apresentou toda a “documentação médica que o atendimento prestado foi oferecido da melhor maneira” e que o Ministério Público “ignorou cuidar o evento de uma fatalidade”.

A Mesa Administrativa ainda disse que a prisão flagrante do Diretor Técnico foi uma surpresa, mas que o mesmo ficará afastado de seu cargo até a conclusão das investigações.

Confira abaixo a nota oficial completa:

Em 19 de fevereiro, segunda-feira, a Santa Casa de Misericórdia foi alvo de uma diligência do Ministério Público sob a justificativa de que uma parturiente teria sofrido, por problemas no atendimento, um aborto.

Apesar de apresentada toda a documentação médica e demonstrado que o atendimento prestado foi oferecido da melhor maneira, em razão do óbito da criança, ignorando cuidar o evento de uma fatalidade, entenderam os agentes à frente da apuração por conduzir o Diretor Técnico, que sequer estava presente quando da internação e exames, à Delegacia de Polícia, vindo a surpresa da condução a ser elevada ao quadrado com a notícia de sua prisão em flagrante.

Na presente data, restabelecendo o direito e a justiça, colocado em liberdade o médico diretor técnico, o qual, para lisura da investigação e demonstração de que nenhuma razão se teve o expediente adotado, ficará afastado de seu cargo até final conclusão das apurações.

A Santa Casa de Misericórdia, entidade mais do que centenária de benemerência, registra que tem empreendido todos os esforços para oferecer a melhor prestação de serviços à população em sua missão de salvar vidas e amenizar dores, debalde todas as dificuldades e falta de recursos, renovando seu compromisso com cada cidadã e cidadão da cidade de Mogi das Cruzes.

(Matéria em atualização)