Na última semana, o maior congresso de oncologia do mundo, a ASCO 2025, surpreendeu a comunidade médica e o público em geral com um dado simples, poderoso e inspirador: fazer exercício pode ser tão — ou até mais — eficaz que a quimioterapia na prevenção da recidiva do câncer de cólon.
A afirmação pode parecer ousada, mas foi sustentada por um estudo robusto, randomizado, com quase 900 pacientes. Todos haviam sido operados por câncer de cólon e estavam em acompanhamento. Metade deles foi incentivada a seguir um programa regular de exercícios supervisionados, enquanto a outra metade seguiu a rotina habitual. O resultado? A taxa de sobrevida livre de doença aumentou em 7% entre os que praticaram atividade física — número superior aos 5% que geralmente esperamos com a quimioterapia à base de oxaliplatina.
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Durante a apresentação do estudo, médicos e pesquisadores — acostumados a aplaudir discretamente — levantaram-se em uma rara e emocionante ovação de pé. Isso não apenas pela surpresa dos dados, mas pelo impacto simbólico da descoberta: a saúde pode — e deve — começar pelo movimento.
Por que o exercício funciona?
O exercício melhora a circulação, regula o sistema imunológico, reduz inflamação crônica e melhora a composição corporal. Tudo isso cria um ambiente menos favorável para o crescimento de células tumorais. E o mais importante: é uma ferramenta gratuita, acessível, com benefícios físicos e mentais.
O que isso muda na prática?
Ainda é cedo para substituir tratamentos tradicionais por exercícios — e isso não deve ser feito sem orientação médica. No entanto, a mensagem é clara: o exercício não é só coadjuvante — ele pode ser parte ativa do tratamento.
Para pacientes com câncer de cólon em estágio inicial ou já operados, um programa orientado de atividade física regular pode ser tão importante quanto qualquer remédio prescrito.
Com isso, o corpo humano foi feito para se mover. E agora, a ciência mostra que esse movimento pode salvar vidas. Nunca foi tão urgente incluir a atividade física na prescrição médica — não como sugestão, mas como parte essencial do cuidado oncológico.