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Julho Amarelo: médica de Suzano reforça e orienta sobre hepatites virais; mais de 785 mil brasileiros já foram infectados

O mês de julho é representado pela cor amarela para simbolizar a luta contra uma doença comum, mas pouco discutida: as hepatites virais. O Brasil intensifica a mobilização nacional de prevenção e enfrentamento das hepatites virais, doenças que representam um importante desafio de saúde pública.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde, entre 2000 e 2023 foram notificados 785.571 casos confirmados em todo o país. A hepatite C lidera em prevalência, com 318.916 registros, seguida pela hepatite B, com 289.029 casos, e hepatite A com 171.255 casos.
Em entrevista ao portal Hoje Diário, a médica Doutora Maria Cristina Perin, de Suzano, destacou que a maioria das hepatites começa de forma silenciosa, sem sintomas aparentes.

“As hepatites B, C e D podem ficar anos sem se manifestar e evoluir para cirrose, insuficiência hepática e até câncer de fígado. Por isso, é tão importante a prevenção e o rastreamento precoce”, explicou.
Ela lembra que as formas de contágio variam conforme o tipo de vírus.
“Temos dois grupos de prevenção: as hepatites A e E, que são transmitidas por água e alimentos contaminados, e as B, C e D, que se disseminam principalmente pelo sangue, secreções corporais e relações sexuais desprotegidas. As hepatites A e E raramente podem apresentar hepatite fulminante com riscos à vida e, na maioria das vezes, têm evolução benigna”, disse.

As regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte das infecções por hepatites B e C — juntas, respondem por quase 60% dos casos. Já o Norte do país registra 72,5% de todas as ocorrências de hepatite D. Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento, ainda há muitos obstáculos.
Em 2023, a taxa de detecção da hepatite C chegou a 7,6 casos por 100 mil habitantes. A meta nacional é reduzir drasticamente esse índice até 2030, alinhando-se ao compromisso global da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar as hepatites virais como ameaça à saúde pública.

Ainda de acordo com a especialista [foto abaixo], a população deve ficar atenta aos principais sinais de alerta.
“Cansaço, dor abdominal na região superior direita da barriga, tontura, náuseas, vômitos, febre baixa constante, perda do apetite, enjoos, fezes esbranquiçadas, urina escura, olhos e pele amarelados podem ocorrer de 15 a 50 dias após o paciente se infectar. O tratamento é feito com medicamentos antivirais que o médico especialista (do centro de referência) prescreve, repouso, alimentos leves e muita água. Esses antivirais são bem efetivos”, disse.

Sobre o tratamento, a Doutora reforçou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos antivirais modernos, que elevam significativamente as chances de cura, especialmente no caso da hepatite C.
“É importante esclarecer ao paciente que tem hepatite que esta é uma doença para a qual há medicação gratuita no SUS. Portanto, quando for encaminhado ao especialista, que compareça, pois temos casos de pacientes que não apresentam mais carga viral presente após o tratamento correto. Assim, podem ter uma vida normal, sem consumo de álcool. Temos taxa de cura de 95% se o tratamento for realizado corretamente”, informou.

A médica também citou quais estratégias o sistema público de saúde tem adotado nesse sentido.
“Além da prevenção que descrevemos acima, vacinação para hepatite A e B, quando tiver os sintomas, procurar o médico. Inicialmente, o clínico geral ou médico da estratégia da família – os generalistas. Após avaliação clínica e histórico do paciente de viagens, contaminação da pele com esgotos, se recebeu vacina, serão solicitados exames iniciais e, talvez, complementares. Temos laboratório municipal que realiza exames com qualidade. Retorne para o médico e verifique o resultado dos exames. Então, se necessário, será encaminhado ao serviço especializado de referência”, ressaltou.

Além do diagnóstico precoce e do tratamento, a vacinação também é uma ferramenta essencial. O Ministério da Saúde disponibiliza vacinas contra as hepatites A e B na rede pública, especialmente para crianças, profissionais de saúde e grupos de maior risco.
Para mais informações ou agendamento de testagem gratuita, a população pode procurar as Unidades Básicas de Saúde, acessar o site do Ministério da Saúde ou ligar para o Disque Saúde pelo número 136.

Foto: Arquivo pessoal