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“Julho Verde: câncer de cabeça e pescoço”, por Doutor Jorge Abissamra Filho

Neste mês, o Brasil inteiro veste o laço verde para lembrar de algo que ainda passa despercebido por muitos: os cânceres de cabeça e pescoço. Em meio às campanhas de saúde que ganham espaço nas redes e nas ruas, o Julho Verde foi, na última semana, o tema oncológico mais comentado na internet brasileira — e não por acaso.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 41 mil brasileiros recebem, todos os anos, o diagnóstico de tumores que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, nariz, seios paranasais, glândulas salivares e tireoide. Apesar de representarem um grupo variado, esses tumores compartilham algo em comum: costumam ser diagnosticados tarde demais.

Uma doença silenciosa, mas agressiva

Os cânceres de cabeça e pescoço podem começar de forma discreta — uma ferida que não cicatriza, uma rouquidão que persiste, um caroço no pescoço que não desaparece. Muitos confundem com inflamações passageiras ou problemas benignos. Quando o diagnóstico é feito tardiamente, o tratamento torna-se mais complexo, com cirurgias extensas, perdas funcionais (como da fala ou da deglutição) e menores chances de cura.

O uso prolongado de tabaco e álcool ainda é a principal causa, mas há outro vilão crescendo entre os jovens: o papilomavírus humano (HPV). A infecção por HPV, especialmente em homens, está relacionada ao aumento dos casos de câncer de orofaringe — e reforça a importância da vacinação, que ainda encontra resistência em algumas regiões do país.

Brasil: um cenário preocupante

Apesar dos avanços no tratamento, o cenário nacional ainda é desafiador. Muitos pacientes vivem em áreas com acesso restrito a serviços especializados, e há um atraso significativo entre os primeiros sintomas e o início do tratamento. Além disso, a baixa escolaridade e a desinformação dificultam o reconhecimento dos sinais de alerta.

Por isso, o Julho Verde ganhou força nas redes sociais nos últimos dias — com médicos, pacientes e instituições compartilhando histórias, dicas e dados que podem salvar vidas. A mensagem é clara: diagnóstico precoce faz toda a diferença.

O que você pode fazer?

  • Fique atento a sintomas persistentes por mais de 15 dias: feridas na boca, dor de garganta, nódulos no pescoço, rouquidão, sangramentos inexplicados ou dificuldade para engolir;
  • Evite o tabaco e o consumo excessivo de álcool;
  • Incentive a vacinação contra o HPV em adolescentes, meninos e meninas;
  • Procure avaliação médica se notar qualquer alteração na região da cabeça e pescoço;
  • Apoie e divulgue a campanha do Julho Verde.

O câncer de cabeça e pescoço não pode mais ser ignorado. A campanha Julho Verde nos convida a olhar para o espelho, para nossas escolhas e para os sinais que o corpo dá. Quanto antes identificarmos o inimigo, maiores são as chances de vencê-lo.
Este mês é verde, mas o alerta é vermelho. E a atitude, urgente!

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).