O cantor e compositor Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (08), aos 66 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva da Casa de Saúde São José, onde recebia tratamento para uma pneumonia. A confirmação do falecimento foi feita pela família. Reconhecido como um dos maiores nomes do samba de sua geração, o artista construiu uma trajetória marcada por canções populares como “Meu Lugar”, “O Bem, Será Que É Amor” e “O Show Tem Que Continuar”.
Desde 2017, Arlindo enfrentava complicações de saúde após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto tomava banho. As sequelas do derrame comprometeram sua qualidade de vida.
Após o AVC, o artista passou a viver sob cuidados médicos intensivos e residia com a família. Recebeu alta em 2018 para dar continuidade ao tratamento em casa, mas voltou a ser internado várias vezes a partir de 2022, principalmente por problemas respiratórios, como infecções e pneumonias.
Em julho deste ano, o quadro clínico se agravou: Arlindo deixou de reagir a estímulos e não apresentou mais avanços, mesmo após a realização de diversas cirurgias. O músico também convivia com uma doença autoimune e fazia uso de sonda alimentar.
A carreira do artista teve início em 1981, em rodas de samba do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, ao lado de nomes como Jorge Aragão e Almir Guineto. Seus primeiros sucessos vieram como compositor, com músicas gravadas por vários artistas na década de 1990. Mais tarde, passou a interpretar as próprias composições, alcançando notoriedade ao integrar o grupo Fundo de Quintal.
O reconhecimento do grande público aumentou a partir de 1993, quando iniciou carreira solo. Em parceria com o músico Sombrinha, lançou cinco álbuns entre 1996 e 2002. Um dos pontos altos da carreira foi o lançamento do DVD MTV ao Vivo: Arlindo Cruz, em 2009, que vendeu cerca de cem mil cópias. Seu último projeto artístico antes do AVC foi o “Pagode 2 Arlindos”, de 2017, gravado ao lado do filho, Arlindinho.
Além da música, Arlindo Cruz também teve destaque no carnaval carioca, participando de diversas disputas de samba-enredo por escolas como Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu.
Arlindo era casado com a empresária e produtora Babi Cruz desde 2012, com quem manteve um relacionamento de mais de 26 anos. Em maio de 2022, o casal renovou os votos de casamento em cerimônia para cerca de sessenta convidados no Rio de Janeiro. O músico deixa dois filhos: o também cantor Arlindo “Arlindinho” Domingos da Cruz Neto e Flora Cruz.
