A sociedade atual tem um misto de respeito, confusão e indiferença a fé cristã-católica. Não é tão incomum encontrarmos jovens que vão às Missas e outros que nunca foram. Sem falar naqueles que abraçaram a doutrina evangélica, nas suas mais diversas e numerosas ramificações, e um número razoável de pessoas que não frequentam nenhuma denominação religiosa e outra parte que crê na doutrina espírita.
Tudo isso compõe um pouco o cenário religioso em nosso país. Se a maioria dos brasileiros até poucas décadas se dizia católica, hoje há um certo empate técnico, em especial com a soma das várias igrejas evangélicas.
Não quero com isso inflamar o senso de competição de nenhum dos lados, mas quero aqui destacar o diferente e plural contexto religioso do nosso país. Saltam aos olhos uma questão: a espiritualidade carismática-devocional trouxe um novo reavivamento da fé católica. O perfil da sociedade e dos católicos mudou. Mas isso não significa que o passado pastoral da Igreja não teve e não tem o seu valor.
Na Igreja há lugar para todos, é preciso respeitar as diferenças dentro e fora da Igreja. Lembro-me de uma frase que um Padre Irlandês já falecido nos dizia, quando éramos estudantes na década de 90: “a Igreja fez a opção pelos pobres e alguns fizeram a opção pelo pentecostalismo.” O que é importante para nós não significa que seja importante para todos, até mesmo para aqueles que conduzimos. De qualquer forma vale ressaltar, a mensagem de Deus deve ser a prioridade de qualquer líder religioso.
Essa mensagem deve ser comunicada de forma clara, humilde e assimilada de forma sábia. Aderir a Cristo e a sua mensagem é se deixar iluminar e se instruir por seu ensinamento; é reconhecer a primazia divina, e lembrar, portanto, que Deus literalmente, em Cristo morreu de amor por todos nós. Sem amor o evangelho vira propaganda e não uma realidade viva. Crer em Deus, identificar-se com ele, é viver o batismo nas batalhas do dia a dia, sem esmorecer e sem perder a esperança.
No mundo atual conturbado e na pluralidade religiosa somos chamados a rezar uns pelos outros, a querer bem uns aos outros sem perdermos com isso, a nossa identidade e direção. Se a Mensagem de Deus nasceu do amor, tudo que foge do amor está longe de Deus e longe da verdade querida por nosso Senhor. A tolerância religiosa é sinal de amadurecimento espiritual e humano, aprendamos uns com outros para o bem de todos. Deus vos abençoe!