Recentemente, o jornal O Globo trouxe à tona um alerta fundamental: o álcool está oficialmente reconhecido como um agente causador de câncer, e o risco já está presente mesmo com o consumo moderado — de apenas um drinque por dia. Esse tema, sobre a presença nociva do álcool na formação de tumores, está ganhando destaque na imprensa brasileira.
A ciência por trás do perigo
O metabolismo do álcool transforma o etanol em acetaldeído, uma substância comprovadamente cancerígena. Esse composto pode danificar diretamente o DNA, favorecendo a formação de tumores. Além disso, o álcool promove a geração de radicais livres, que causam estresse oxidativo e inflamação crônica, outro caminho para o câncer.
Outro ponto é a alteração hormonal: o consumo de álcool aumenta os níveis de estrogênio, hormônio relacionado ao câncer de mama, além de reduzir a disponibilidade de vitamina A, que atua na regulação hormonal.
O risco é ainda maior quando há associação com o tabaco. O álcool facilita a penetração de carcinógenos do cigarro, multiplicando a probabilidade de tumores de boca, laringe, faringe e esôfago.
O que dizem as autoridades de saúde
Órgãos internacionais como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificam o álcool como carcinógeno humano Grupo 1, ou seja, não há dúvidas sobre sua relação com o câncer. A própria OMS reforça: não existe nível seguro de consumo alcoólico.
Quantidade segura? Não existe
Embora algumas diretrizes ainda falem em “consumo moderado”, a ciência já demonstrou que mesmo pequenas doses aumentam o risco de desenvolver câncer. Em outras palavras: o único consumo livre de risco comprovado é nenhum.
Impacto e conscientização
Pesquisas mostram que menos da metade da população mundial tem consciência de que o álcool causa câncer. Isso revela um enorme desafio de saúde pública: a necessidade de campanhas educativas, políticas de regulação e maior divulgação científica.
O álcool — mesmo em quantidades socialmente aceitas como moderadas — é um fator de risco evitável para o câncer. Conhecimento é poder: quanto mais cedo a sociedade compreender essa relação, mais vidas poderão ser preservadas.