O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAC) aprovou por unanimidade o tombamento da Capela Nossa Senhora da Piedade, a Igreja do Baruel. A decisão foi tomada na tarde desta quinta-feira (11), no Anfiteatro Orlando Digenova, na área central de Suzano.
Após a deliberação, será elaborado um decreto a ser analisado pelo departamento jurídico da Prefeitura de Suzano. A expectativa é que o prefeito Pedro Ishi assine o documento durante a Festa do Baruel, marcada para o último fim de semana deste mês.
O tombamento integra a lista de bens culturais já reconhecidos oficialmente na cidade, como a Academia Terazaki, na Vila Urupês; o Conjunto Histórico da Fazenda Sertão, em Palmeiras; o primeiro Paço Municipal, no centro, atual sede do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social); e o yakisoba de Suzano.
O processo teve início em 2022, na gestão de Rodrigo Ashiuchi, quando foram realizados estudos sobre a relevância histórica e cultural da comunidade. Além da igreja, reconstruída em 1916, também foram incluídos no levantamento o altar em estilo barroco tardio, o memorial do antigo cemitério, a “caminhada”, a capelinha de mão e a macarronada com frango, tradições que se mantêm vivas no bairro.
Participaram do encontro o vice-prefeito Said Raful, os secretários José Luiz Spitti (Cultura), Mauro Vaz (Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego) e André Chiang (Meio Ambiente), além do vereador Adilson de Lima Franco, o Adilson Horse.
A sessão foi conduzida pelo presidente do COMPAC, Renan de Lima Franco, e contou com a participação de todos os conselheiros. O relator Pedro Cardoso apresentou o estudo que sustentou a decisão, destacando que a Igreja do Baruel está ligada à formação dos primeiros povoados da região, antes mesmo da chegada da estrada de ferro.
De acordo com os registros, a primeira capela foi erguida em taipa no século XVII, após a descoberta de ouro de aluvião. O aumento da presença de mineradores gerou a necessidade de um espaço para práticas religiosas, o que consolidou a igreja como ponto de referência para a comunidade.
O presidente do COMPAC afirmou que o processo de tombamento foi conduzido ao longo de mais de três anos com dedicação de pesquisadores que analisaram os aspectos históricos da região. Ele destacou que a decisão unânime reforça o valor da igreja e de seus elementos associados para a preservação da memória de Suzano.