Esses dias viajando pelas redes sociais encontrei uma notícia que dizia o seguinte: “Criança de 11 anos é internada em hospital psiquiátrico em virtude de um diagnóstico de Burnout digital.”
Fiquei bastante impressionada com esse assunto e parei para refletir. Na era digital, as redes sociais se tornaram mais do que meras plataformas de conexão; elas são o epicentro de um fluxo incessante de informações, opiniões e tendências que moldam nossa percepção do mundo e, consequentemente, nossas decisões.
O uso constante dessas redes transformou a maneira como interagimos, consumimos e até mesmo pensamos, veja se por exemplo as repercussões do assassinato de Charles Kirk.
Fiquei refletindo que essa imersão constante em um mar de vozes e perspectivas, muitas vezes efêmeras e contraditórias, tem um custo significativo: a volatilidade das opiniões nas redes sociais está nos deixando perdidos, uma bússola sem norte em relação à tomada de decisões.
Esse movimento de vai e vem e muitas vezes manipulador das redes sociais, que ainda por cima é manipulada por algoritmos, contribui para a indecisão e a confusão, dificultando a formação de um pensamento crítico e autônomo, essencial para escolhas conscientes e bem fundamentadas, principalmente de crianças e adolescentes.
As redes sociais, por sua própria natureza, são plataformas desenhadas para amplificar e acelerar a disseminação de informações e, consequentemente, de opiniões. O que começa como uma ideia isolada pode, em questão de minutos, tornar-se um consenso aparente ou uma controvérsia viral. Essa velocidade e alcance, embora por vezes úteis, criam um ambiente onde a solidez das opiniões é constantemente testada e, muitas vezes, erodida.
Perdemos completamente a percepção do que é “certo” ou “verdadeiro”, o que influencia a tomada de decisões na vida de quem ainda não percebeu essa manipulação.
Percebo em alguns casos que pessoas perdem seu tempo tentando discutir postagens que daqui a 24 horas desaparecerão num mar de informações. A efemeridade da informação nas redes sociais e o solapamento das personalidades humanas criaram um dos fenômenos mais marcantes nesse cenário: o efeito manada ou, no contexto digital, as cascatas cibernéticas.
Os algoritmos desempenham um papel crucial na formação dessas “correntezas digitais”. Projetados para maximizar o engajamento, eles personalizam o conteúdo que cada usuário vê, criando as chamadas bolhas de filtro e câmaras de eco. Dentro dessas bolhas, os indivíduos são predominantemente expostos a informações e opiniões que confirmam suas visões existentes, limitando a exposição a perspectivas diversas.
Seriam ainda muitas ideias a expor aqui, mas me limito a isso por enquanto. Concluo que se pais e mães não se atentarem a esse mecanismo de sequestro de personalidade, daqui 15 ou 20 anos teremos uma geração de pessoas sofrendo de burnout digital.