PUBLICIDADE

" "

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

" "

“Split Payment: a revolução tributária que vai mudar o caixa das empresas e o bolso do consumidor”, por Robinson Guedes

Entre as novidades trazidas pela Reforma Tributária, o Split Payment talvez seja a que mais afeta a rotina financeira das empresas. A proposta é simples: no momento em que o cliente realiza o pagamento, a parte correspondente aos tributos não chega a entrar no caixa da empresa — é direcionada automaticamente ao governo. Dessa forma, busca-se reduzir a inadimplência e aumentar a eficiência da arrecadação.

Na prática, porém, o efeito é imediato sobre a liquidez. Muitas organizações utilizavam esse intervalo entre a geração da receita e o recolhimento efetivo do imposto como uma espécie de fôlego para sustentar o capital de giro, equilibrar prazos com fornecedores e até garantir compromissos de curto prazo. A partir da implementação do modelo, essa margem desaparece.

Setores como varejo, serviços e e-commerce, que já convivem com margens reduzidas e dependem de fluxo de caixa constante, serão os mais impactados. O diferimento tributário deixará de ser um recurso disponível, e a gestão precisará ser redesenhada: maior acesso a crédito, renegociação de condições comerciais e controle rigoroso de estoques e operações serão medidas indispensáveis. Negócios que ainda funcionam de forma improvisada terão dificuldade em se manter competitivos.

Por outro lado, o Split Payment cria um ambiente mais equilibrado, já que elimina a vantagem de quem não recolhe tributos corretamente. Empresas estruturadas, com gestão fiscal integrada e disciplina financeira, podem até ganhar em previsibilidade. O ponto central é que, sem planejamento, a medida se transforma em risco concreto de insolvência.

No Brasil, onde problemas de caixa são a principal causa de falência atingindo mais de 90% das empresas, o Split Payment marca um divisor de águas. De um lado, estarão os que encaram a tributação como parte estratégica da gestão; do outro, os que insistirem em tratá-la apenas como burocracia. Em um cenário de maior rigor, improvisos não terão espaço: sobrevive quem profissionalizar a administração financeira.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).