A humilhação é uma experiência dolorosa que causa angústia e solidão. E se não for superada e suportada, pode levar qualquer um à ira e a revolta.
Jesus passou por essa amarga provação e conseguiu se manter íntegro, a ponto de perdoar seus algozes que o despiram, agrediram e o crucificaram; também em relação a muitos cristãos e não cristãos, santos e mártires a dor da humilhação não passou distante, mas muitos conseguiram sair vitoriosos mesmo que machucados.
As experiências amargas, desumanas e injustas que passamos e num grau menor talvez, causamos a outros, infelizmente! Devem adubar nossas virtudes e fortalecer nossas convicções. Quando erramos a dor do remorso não deixa de ser também uma humilhação, ainda que em um grau menor.
É preciso extrair do sulco das decepções e das traições, dos tombos e das exposições vexatórias, os diamantes reais e invisíveis que nos trazem a riqueza do vigor e da sabedoria, da humildade e da fé, do amor e do perdão.
Há quedas que nos levam para o alto da liberdade e da lucidez. Não somos o que mostramos, o que temos e o que vestimos, nem o que sentimos e pensamos. Porque até o que sentimos e pensamos hoje podem ser mudados amanhã. Somos o que guardamos e oferecemos independentemente de nossa vontade.
A humilhação lança luzes sobre o nosso mundo interior tão evitado por nós. Rezar e amar é lançar luzes na escuridão interior, é encontrar sentido e vontade onde não se tem. É ser servo quando queremos ser mestres, é ouvir quando queremos falar, é ser pequeno quando queremos ser grandes. Essa via diametralmente contrária a que nossa vontade quer, mata a raiz do orgulho e da insensatez e fortalece a raiz da vida e da paz.
Deus vos abençoe!
