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“Novembro Azul: por que os homens precisam entrar no radar da prevenção”, por Doutor Jorge Abissamra Filho

O mês de novembro ganha uma cor — o azul — para lembrar de algo que impacta milhões de homens em todo o mundo: o câncer de próstata. O movimento Novembro Azul convoca atenção, diagnóstico e diálogo. Mas por que isso importa realmente? Vamos aos fatos.

  1. A magnitude do problema
    O câncer da próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens (excluindo pele não-melanoma) em vários países. Segundo dados da American Cancer Society, “about 1 in 8 homens será diagnosticado com câncer de próstata ao longo da vida”.
    A incidência cresce significativamente com a idade: mais de 6 em 10 casos são diagnosticados em homens de 65 anos ou mais.
    Mais ainda: estima-se que mais de 80% dos homens que atingem os 80 anos têm células de câncer de próstata em suas glândulas, embora nem todos os casos se tornem clínicos.
    Isso significa que o envelhecimento por si só é um fator de risco poderoso — e que atuar cedo, de modo informado, faz diferença.
  2. Por que o Novembro Azul?
    Porque, apesar da prevalência, muitos homens ignoram os sinais, deixam o exame de lado, têm receio ou simplesmente não são alcançados pelas campanhas. Um mês dedicado serve para:
    • Informar sobre o que é o órgão, o que é o câncer, quais os sinais e exames;
    • Mobilizar para que o homem converse com o médico, peça orientação e, se for o caso, faça os exames;
    • Desmistificar o tabu de “não falar sobre próstata”, “exame desconfortável”, “isso não é comigo”. A realidade mostra que sim: pode ser e cresce com a idade.
    • Prevenir ao promover estilo de vida saudável, rastreamento inteligente e abordagem médica adequada.

  3. O que o homem precisa saber
    • Fatores de risco: idade (quanto mais velho, maior o risco), histórico familiar, raça/etnia (em alguns países homens negros têm risco maior) e estilo de vida.
    • O exame de rastreamento mais conhecido: o antígeno prostático específico (PSA) + toque retal. Mas o rastreamento deve ser sempre ponderado entre benefícios e riscos, especialmente em idades avançadas.
    • Quando considerar: homens com vida longa esperada, sem comorbidades graves, devem conversar com o urologista. Em idades muito avançadas ou com doenças graves, pode haver mais risco do exame do que benefício.
    • Sinais a observar: dificuldade para urinar, sangue na urina, dor óssea persistente (em metástase) — mas problema: muitas vezes o câncer de próstata é silencioso nas fases iniciais.
  4. O que pode e deve ser feito
    • Adotar hábitos saudáveis: manter peso adequado, alimentação equilibrada, atividade física regular, evitar tabagismo, beber com moderação. Embora não garantam a prevenção total, reduzem risco geral.
    • Estar atento e ativo: se tiver mais de 50 anos (ou 45, se tiver risco aumentado) e boa saúde, conversar sobre rastreamento.
    • Participar do movimento Novembro Azul: usar a ocasião para marcar consulta, fazer campanha interna em empresas, conversar com família e amigos.
  5. Para gestores e sistema de saúde (reflexão rápida para você, leitor que atua na área)
    Se você trabalha com saúde de operadoras, hospitais ou clínicas, Novembro Azul oferece uma oportunidade de:
    • Promover ações de educação em saúde masculinas, não só para o câncer, mas para cheque-up global masculino (hipertensão, diabetes, etc.).
    • Implementar fluxos de rastreamento inteligente (identificar homens que tem vida longa esperada, histórico, etc.).
    • Integrar campanhas de saúde preventiva ao longo do ano e não apenas em novembro.
    • Monitorar métricas: quantos homens foram orientados, quantos exames PSA foram feitos, quantos foram encaminhados ao urologista, quantos casos foram identificados precocemente.

Novembro Azul não é apenas um mês de azul nas redes sociais — é um convite à ação. Para o homem que talvez pense “isso não é para mim”, o dado é claro: o risco cresce com a idade, e muitos casos iniciais são silenciosos. Para o profissional de saúde e gestor: é oportunidade de mudar trajetórias, melhorar prognóstico e reduzir mortalidade evitável.

Então, se você é homem – marque aquela consulta. Se você é profissional – use novembro como alavanca de conscientização. E se você é responsável por saúde no sistema – faça com que esse mês não seja o único momento, mas sim o gatilho para uma estratégia contínua. Porque no fim, prevenir a próstata pode significar mais anos de vida e melhor qualidade de vida.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).