Nos últimos 12 meses, o brasileiro tem lidado com muitas dificuldades por conta da inflação flutuante que afetou toda a cadeia produtiva. Desde os combustíveis, alimentos, até mesmo outros produtos como eletrodomésticos, móveis, artigos de papelaria, entre outros.
Um dos segmentos que mais foi afetado foi o de vestuário e acessórios. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços chegaram a 16,08% de inflação em apenas um ano. A alta é preocupante e chega perto da última grande elevação de preços desse setor, que aconteceu em 1995 e marcou 18,62%.
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Vestuário é um setor que pode até ser considerado como superficial por muitos, mas na prática, os valores altos afetam profundamente a população, em especial, classes mais baixas. Um bom exemplo é a chegada do inverno e as instabilidades climáticas que temos vivido. Com quedas bruscas nas temperaturas, se aquecer é fundamental, mas quem não possui uma renda mensal alta, ter que mexer no orçamento familiar é algo significativo que pode significar a falta de recursos para outras necessidades, como alimentação ou transporte.
Além de questões climáticas, estilo de vida interfere diretamente neste setor. Caso a pessoa consiga um emprego que tenha um código de vestimenta mais formal ou exija um determinado tipo de roupa, será necessário atualizar o armário, o que pode comprometer muito os gastos mensais do grupo familiar.
Os consumidores têm a tendência de reduzir e repensar os gastos com roupas, para não se prejudicarem, o que leva a outro problema que é o segmento de vestuário, moda e acessórios tendo um fluxo de caixa mais baixo e sendo obrigado a se reinventar para não passar por maus bocados.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas de vestuário têm crescido, no entanto, é um crescimento lento que não acompanha as expectativas e projeções para esse período, além de estarem inferiores quando comparadas com a época de pré-pandemia.
Promoções e liquidações, aposta em tendências de moda, intensificação de marketing e outras estratégias têm sido adotadas para dar conta dessa situação e manter as lojas relevantes e lembradas pelo público. Mostrar a versatilidade das peças, exaltar a qualidade do material e provar que roupa pode ser um investimento a longo prazo são boas formas de conquistar a clientela, que vai consumir, mesmo que seja em uma escala menor.
Com a instabilidade da economia, não há um caminho definitivo para os empreendedores, afinal a população tem tido dificuldades para suprir as necessidades básicas, como alimentação e transporte, então a vestimenta passa a ser um gasto secundário que não ganha tanta atenção. Ter paciência, tentar poupar para criar uma reserva de emergência e criar promoções e condições especiais para os clientes são formas de se manter no mercado e trilhar o caminho para atravessar a alta da inflação e queda de vendas atual.
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)