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“Criptomoedas”, por Robinson Guedes

Um dos assuntos mais debatidos no meio financeiro nos últimos tempos são as criptomoedas e sua regulamentação. No mundo todo, este é um processo que vem sendo discutido a fim de garantir segurança e clareza ao tratar de moedas virtuais, um caminho que desperta interesse e, por hora, muita desconfiança.

No cenário considerado tradicional, com a moeda representada por cédulas e outras unidades físicas, existe um complexo processo de regulamentação que garante a circulação legal e a validade do dinheiro dentro de determinado território. A exemplo, estas etapas aconteceram com a inclusão do Plano Real no Brasil em 1994 e, posteriormente, com o Euro, em 2002.

A questão é que, no caso das criptomoedas, o desenvolvimento de tal regulamentação não acontece da mesma forma, haja vistas as características específicas dessa implementação que, ainda que positiva, não é perfeita. A busca por agilidade no processo – algo falho, considerando que o projeto de regulamentação está parado no Congresso Nacional desde abril deste ano – pode comprometer os parâmetros para uso do câmbio dentro ou fora do ambiente virtual.

A estruturação de bases legais para o uso de criptomoedas tende a criar um movimento de entidades e pessoas físicas e jurídicas migrando para o “novo” sistema financeiro, mesmo que de forma gradual, pois este é um caminho que chama muita atenção devido à volatilidade, algo a qual as moedas tradicionais estão sucintas a sofrer em uma base diária mas que, no caso dos “bitcoins”, é elevado em um nível a mais com a oportunidade de gerar muito dinheiro em um curto espaço de tempo apenas por meio da observação do mercado e a aplicação correta de valores.

Para os interessados no mundo das criptomoedas, os positivos são muitos, indo além da já citada volatilidade. Por exemplo, atuar nesse campo significa diversificar a carteira de investimentos e ampliar horizontes no âmbito de negociações, contar com baixas taxas de saque e câmbio na criação de uma carteira digital – sendo que por muitas vezes, este valor acaba sendo irrisório – e ainda, a segurança dos bancos de dados, a comumente citada “blockchain”.

Mas atenção, pois todo lado positivo acarreta um ponto negativo. Se por um lado as taxas para uso dos serviços de boa parte das criptomoedas ainda são baixas, por outro, também há poucos usuários do sistema, o que torna a aceitação do modelo um desafio a ser superado e uma barreira aos investidores. Outro ponto está na própria volatilidade, que pode ser vista como um benefício em certo ponto de vista, mas também indica uma baixa confiança para operações devido à incerteza da constância de preços e ações. A falta de garantias também contribui para um modelo de alto risco, o que ainda impossibilita, por exemplo, o uso completo deste mercado, apenas parcial, no melhor dos casos.

Dito isso, a regulamentação dos processos pode ser mais que benéfica ao mercado, visto que a introdução de um novo modelo, de características intrinsecamente diferentes do tradicional, abre portas para novas possibilidades.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)