PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

“Salvadores, mas perigosos: cartões de crédito, juros e soluções emergenciais”, por Robinson Guedes

Meus amigos, não é de hoje que o cartão de crédito é um dos motivos do endividamento de 50% das famílias brasileiras. A questão é antiga e persegue muitos de nós, mas agora, em 2023, essa situação pode ficar ainda mais evidente devido ao aumento das taxas dos juros. Em primeiro lugar, a regra para manter uma boa saúde financeira é evitar cair no rotativo do cartão de crédito. Mas o que isso significa?

Basicamente, “entrar no rotativo” é quando você não consegue realizar o pagamento de uma fatura mensal, fazendo com que o valor seja realocado para fechamento seguinte, com juros, em uma espécie de segunda chance que pode ir acumulando mais e mais à medida que a quantia não seja quitada. Algo muito grave, pois nestas condições, você estará devendo à instituição financeira. Aqui, a dica é negociar a dívida para ter prazos maiores e taxas menores.

Os valores, seja nos pagamentos à vista, nos parcelados ou nas cobranças via cheque especial, subiram exponencialmente neste início de ano, fazendo com que as compras em geral se tornem verdadeiros desafios para administrar, especialmente quando consideramos o suado salário que pode ser quase todo diluído com o pagamento destas.

Veja só: estamos em fevereiro e, segundo o Banco Central (BC), a taxa média de juros nas operações com cartão de crédito rotativo chegou a 409,3% ao ano no último mês de dezembro, com previsão de crescimento para 2023. Uma das provas disso é que apenas no ano passado, as instituições financeiras destinaram R$ 341,7 bilhões a este modelo de pagamento, com uma média mensal de R$ 28,45 bilhões. Ainda neste sentido, os créditos emergenciais, como o rotativo do cartão, parecem inofensivos, mas é necessário ter muito cuidado. O crédito parcelado, que tanto “salva” no final do mês, está com taxas na casa dos 182%. O crédito especial, por sua vez, ultrapassa a marca dos 130%. Estes são recursos válidos em determinados casos, sem dúvida. Mas não podem ser regra para a vida financeira.

Acima de tudo, minha dica é para que tomem cuidado e pensem bem antes de fazer qualquer compra, pois o momento é de cautela. Dessa forma, será possível não apenas controlar os gastos com produtos, mas também evitar dores de cabeça com taxas elevadas. É melhor prevenir e cuidar do seu dinheiro antes, com responsabilidade, para não dever no futuro e precisar remediar com empréstimos intermináveis.

Ah, e como ainda estamos no começo, aproveito para ressaltar que desde já, é importante buscar o balanço das dívidas e organizar as finanças em casa. Reduzir gastos hoje pode significar um final de ano mais tranquilo a todos.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)