O dia 29 de outubro é considerado o Dia Nacional do Livro e, em alusão a essa data tão importante, irei na coluna de hoje relatar a minha experiência no processo de escrita de meu primeiro livro com o título “Provas de Amor: histórias de esperança na luta contra as drogas”.
Como já anunciei em colunas anteriores, por dezesseis anos fiz uso compulsivo de drogas, morei por quase um ano em situação de rua na Cracolândia e há doze anos estou na luta permanente em defesa de minha recuperação.
Desde que iniciei uma nova vida sem a dependência química, me entreguei no trabalho, na construção da minha família e permanente luta para ficar de pé. Na sempre condição de um dia de cada vez, cheguei até aqui. E foi no momento mais intenso da pandemia do novo coronavírus que fui desafiado por mim mesmo a iniciar um novo projeto em minha vida.
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Em oração, procurei orientar meus caminhos para esse novo desafio e, com a benção de minha amada mãe e aprovação de minha esposa Amanda, assumi o compromisso de escrever um livro sobre histórias de pessoas recuperação das drogas.
Desde o início, o propósito que me motivou a iniciar esse livro foi esperançar as famílias que estão na fronteira de tensão da luta contra as drogas; mães, pais, irmãos, primos, tios e avós que testemunham no núcleo familiar a força destrutiva da dependência química.
O livro “Provas de Amor: histórias de esperança” na luta contra as drogas é resultado de um árduo trabalho de campo com observação participante, entrevista com quatorze protagonistas de seis estados diferentes de nosso país. Todos eles têm em comum o uso compulsivo de drogas, os caminhos e descaminhos da vida, as quedas, perdas, lutas e definitiva recuperação. Todos eles têm em comum uma trajetória pautada nos dramas mais intensos das drogas, a recuperação e o destaque em diferentes áreas de ocupação.
A proposta desse livro não foi descrever a minha história pessoal com as drogas, mas sim, a partir das histórias de pessoas com perfis diferentes, apontar esperança para aqueles que se encontram na situação limite com dependência química.
Ouvir cada protagonista do livro foi um enorme privilégio, assim como transformar seus relatos em textos com a preocupação ética de preservar a originalidade de suas histórias, sem emitir juízos de valor. Aprendi com cada um deles. Suas histórias recuperaram memórias perdidas e me permitiram ver a dimensão da força da fé e da esperança.
Iniciei esse ano a minha jornada de escritor. Fui convidado por esse importante grupo de comunicação para publicar textos semanais e aos poucos ocupo o meu espaço. Com ajuda de amigos, familiares e muitos interlocutores, procuro em meus textos apontar reflexões necessárias para o tempo presente, de modo a despertar em cada um de nós um acolhedor espaço de debate.
Na semana do Dia Nacional do Livro, anuncio a chegada do meu, que será lançado em novembro e irei compartilhar, em minhas redes sociais, informações com detalhes do lançamento. Na semana do Dia Nacional do Livro, anuncio o meu grito ensurdecedor que vem de meu compromisso ético com os meus iguais: a luta permanente em defesa da vida e da necessidade do amor como ato e potência da transformação humana.
Os livros oportunizam que criemos pontes, transformemos a nossa realidade e compreendamos o nosso passado. Oportunizam também esperança, sonhos e possibilidades e a partir dessas pontes, espero que o livro “Provas de Amor” ocupe o seu espaço na vida daqueles que precisam de histórias de esperança na luta contra as drogas.
(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)