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“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,” por Felix Romanos


Em 1979, no auge da Ditadura Militar, Geraldo Vandré lançou a clássica música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”. Sua sensibilidade poética eternizou os versos da música que foi considerada uma das mais importantes produções da Música Popular Brasileira.

“Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Esse é o refrão da música, um chamado, uma provocação para a tomada de atitude diante dos dilemas da censura, perseguições, tortura e violações dos Direitos Humanos.

Esse chamado é provocante, nos faz ficar inquietos diante dos dilemas da vida e nos provoca a tomar atitudes. Uma ação coletiva e consciente em defesa da vida, uma iniciativa humana, demasiada humana que nos provoca a nos mover e não ficar parados. “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Ouvindo diversas vezes o refrão de Geraldo Vandré, fui provocado a refletir sobre a necessidade de uma ação coletiva em defesa da vida, do amor e da justiça.

Diante do drástico aumento de dependentes químicos nos últimos anos, “esperar não é saber”. É necessário e urgente que provoquemos o poder público para promoção de políticas públicas de efetivo tratamento, mas em concomitância, que as forças de prevenção sejam ampliadas.

Precisamos ressignificar o papel da educação diante das necessidade do tempo presente, pautar efetivamente a prevenção às drogas nos currículos escolares e subsidiar os profissionais de educação, saúde, assistência e segurança com formação permanente.

O dilema das drogas deve ser problematizado juntamente com as condição de trabalho e a perversa desigualdade social que assola nosso país. Deve ser pensado a partir de uma perspectiva da saúde pública e não como uma questão exclusivamente criminal.

O aumento da dependência química é um problema global, mas o Brasil é o segundo maior mercado consumidor de drogas em todo o mundo. Desse modo é necessário que pensemos em iniciativas de micro e macro políticas, juntamente com os esforços de toda a sociedade civil.

Não podemos esperar, como já dizia Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, pois nesse exato momento, alguma família chora a morte de seu ente querido em decorrência do uso de drogas.

Segundo o Relatório da Organização Mundial de Saúde, mais de meio milhão de pessoas morrem anualmente em decorrência do uso compulsivo de drogas e para a mãe que chora a perda de seu filho para as drogas, não há mais sentido na vida.

O vazio da perda, a repentina finitude e a derrota para as drogas causam cicatrizes profundas nas famílias, mas podem ser saradas com o compromisso ético em defesa da vida, da justiça, do bem comum e na defesa do amor como forma de se comportar no mundo. Um ato, um grito, um movimento coletivo em marcha para o caminho da vida.

“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. É nessa perspectiva que convido todos os leitores para a reflexão de uma tomada de atitude no simbólico mês de dezembro. Que possamos ofertar o nosso tempo, cuidado, atenção, afeto e amor àqueles que encontraram nas drogas o refúgio e esconderijo.

Que nosso comportamento, sensibilidade e escuta ofertem paz e que possamos juntos, sempre juntos, ofertar as mãos para que todos que se encontram na fronteira de tensão com as drogas encontrem forças para se levantar e uma vez de pé, possamos juntos, sempre juntos, cantarmos: Vem vamos embora!

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)