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“É importante ir à igreja?”, por Padre Claudio Taciano

Certamente os leitores concluirão que sendo eu padre, a resposta é óbvia. Mas ousarei fazer algumas reflexões acerca do tema.

Em cada um de nós, independentemente de religião, há uma dimensão espiritual e transcendental, que ultrapassa os nossos sentidos e percepções. A vida não é só repleta de mistérios, mas é mistério! Há um misto de dor e prazer, de alegria e tristeza e de amor e ódio, que sugerem uma realidade bem maior do que vemos. É como se em nós habitassem dois mundos.

Por mais que sejamos bem sucedidos ou não, sempre sentimos uma certa nostalgia, um certo vazio, parece que sempre estamos em busca de algo ou fugindo de algo. Parece que este “tudo” da vida não nos basta. Parece que ao mesmo tempo que nos sentimos felizes e realizados, sentimos também o peso da outra face, do outro lado. As fraquezas que gritam silenciosamente dentro de nós, as virtudes que delineiam nosso caráter, se digladiam permanentemente.

A inconformidade da certeza de que não sabemos de tudo, de que não dominamos tudo, nem a nós mesmos, atestam nossa finitude, nossa incompletude. O bem sucedido pode sentir-se permanentemente derrotado em algum aspecto da vida; segredos que carregamos em nossa consciência e tentamos esconder de nós, dos outros e até de Deus.

Com isso, quero dizer que as respostas existenciais não são suficientes para preencher algumas agonias e angústias que povoam a nossa existência. Todavia, a religião não é para fugir dos nossos dramas, nem para anestesiar as nossas dores. A religião, é para desenvolvermos em nós esta dimensão transcendental, que habita intrinsecamente em nós.

Negar esta dimensão é se mutilar é viver incompleto e sangrando. Busquemos viver nossa religiosidade sem fanatismo, sem moralismos perversos, sem magias e mágicas espetaculares, que servem mais para cegar e enganar do que para iluminar e instruir.

Fujamos dos heróis da fé, dos personagens glamourosos, e abracemos a simplicidade do alto, presente no senhor e na senhora que rezam no silêncio e na sinceridade cotidianamente, sem alarde, sem espetáculo, sem recurso, mas com muito poder e amor. Deus cuide de nós e nos livre de todo mal. Amém.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)