“Reflexões sobre Logística e Meio-Ambiente”, por Luci Bonini

Há algum tempo, eu e meus alunos discutimos muito sobre certos desafios para o meio ambiente, um dos assuntos que mais me marcou foi a emissão de CO2, ou seja, de gás de carbono, pelos meios de transportes de maneira geral.

O CO2, ou dióxido de carbono é um gás natural, um subproduto da queima de combustíveis fósseis e biomassa e resultado de mudanças no uso da terra e outros processos industriais. É o principal gás que se acredita afetar o equilíbrio radiativo da Terra (IPCC, 2007). Por esta razão acredita-se que existe uma estreita correlação entre o CO2 e a mudança da temperatura da Terra.

Fomos buscar material para nos ajudar na reflexão e encontramos muitas informações valiosas, que compartilho aqui com meus leitores.

Como a emissão de gás carbônico no meio ambiente é demasiado abusiva pelos meios de transportes, tanto ônibus como caminhões, foi assinado em Paris, um acordo que estabelecia uma estrutura global para evitar mudanças climáticas perigosas, limitando o aquecimento global a bem abaixo de 2°C e buscando esforços para limitá-lo a 1,5°C. Esse mesmo acordo buscou fortalecer a capacidade de os países para lidar com a emissão de gases tóxicos para o meio ambiente.

Neste acordo as empresas de veículos pesados (caminhão e ônibus) tiveram como meta várias medidas para a redução de CO2, entre elas a substituição de combustíveis fósseis por renováveis e a adoção de outros combustíveis de baixo carbono, maior eficiência energética e mudança de comportamento. A queima de combustíveis fósseis é a principal causa de emissões de CO2 em todo o mundo, o principal gás de efeito estufa.

Segundo a Confederação Nacional de Transportes, a frota de caminhões no Brasil, até 2021, representava 2,6% da frota nacional, ao passo que automóveis representavam 53,3%, motos, 22,2% e ônibus 0,6% (CNT, 2021). A frota cadastrada nas empresas é de 1.382.651 veículos, 859.729 registrados como autônomos 28.481 veículos de cooperativas. Totalizando assim, 2.270.861 veículos autorizados para realizar transporte de cargas. Isso demonstra quantos caminhões temos rodando por esse país a fim de fazer a logística de bens de consumo, matérias primas para as indústrias e máquinas em geral. Isso sem contar também os ônibus, que devem ser também, um número bastante expressivo.

O resultado disso foi que, a partir de 2015 todos os veículos pesados fabricados na Europa passaram a vir com o motor Euro 6, esse motor produz menos CO2 o que auxilia a redução dos gases de efeito estufa. Em vista dessas mudanças, cada país pediu um determinado tempo para implementar essa tecnologia, no Brasil ficou acordado que a partir de 1 de janeiro de 2023.

Com a chegada do dia do meio-ambiente, vale a pena refletir sobre isso!

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)