31 de maio: A data que marca o Dia Mundial de Combate ao Fumo

Nesta quarta-feira (31), é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Fumo, uma data criada em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo objetivo é orientar e conscientizar a população sobre os perigos do consumo de tabaco e os efeitos nocivos à saúde.

A dependência de tabagismo é responsável por mais de 80% dos casos de câncer de pulmão e outros tipos de câncer, como esôfago, estômago, pâncreas, rim, bexiga, boca, laringe, faringe, garganta e mama. Além dos riscos de câncer, o tabagismo aumenta a liberação de substâncias que levam à vasoconstricção, causando aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Cerca de 80% a 90% das pessoas começam a fumar antes dos 17 anos e, com o tempo, tornam-se dependentes da substância. Como o popular médico oncologista Drauzio Varella, que aos 17 anos, fumou seu primeiro cigarro e, como resultado, desenvolveu o vício em nicotina, conforme relatado em seu canal do Youtube.

Drauzio Varella ficou 19 anos sendo refém do vício, mais precisamente dos 17 aos 36 anos. O hábito de fumar foi adquirido pelo médico na década de 60, época em que a publicidade controlava os meios de comunicação e transmitia mensagens que mostravam o tabaco como algo sofisticado, como uma atitude de libertação e até mesmo de saúde.

Drauzio parou de fumar em um feriado de 15 de novembro quando tinha 36 anos. Dois dias depois já notou a diferença em seu bem-estar: estava mais disposto e menos cansado, após três semanas, sua bronquite aguda melhorou, dois meses depois, seu paladar ficou mais refinado. Aos 50 anos, correu uma maratona de 42 quilômetros e aos 79 anos, em outubro de 2022, correu a Maratona de Londres com os mesmos 42 quilômetros de forma completa, com direito a honraria.

No entanto, a dependência de fumo não atinge somente a saúde, mas também o bolso. Segundo a Agência Brasil, em pesquisa realizada pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), os fumantes brasileiros destinam, mensalmente, cerca de 8% da renda familiar para a compra de cigarros industrializados. Para as pessoas com faixa etária de 15 a 24 anos, o gasto mensal chega a quase 10%, atingindo 11% entre aqueles com ensino fundamental incompleto.

Porém, nos dias de hoje, novos desafios se manifestam, como é o caso do cigarro eletrônico. Em entrevista realizada com o podcast Podpah, Drauzio destaca o investimento das companhias de cigarro e a influência do vício para os mais jovens, que são propensos a utilizar a droga devido a ilusão de serem menos nocivas, com um gosto adocicado e o uso permitido em locais fechados. “Fazem isso para viciar as crianças, pois (elas) acham esse vício (de cigarro) babaca, que fica com mau hálito, com a roupa cheirando e tem limitação, as companhias de cigarro buscaram outro jeito de vender nicotina, misturada com essência de maçã, menta, chocolate para enganar a molecada. A dose de nicotina é muito mais alta que o cigarro comum, fumaram 3, 4 vezes e já ficaram dependentes”, ressalta Drauzio.

Dentre os componentes do cigarro, a nicotina é uma droga psicoativa e a responsável pela dependência química. Quando inalada a substância atua diretamente no cérebro afetando os neurotransmissores, liberando dopamina, elemento responsável pelo prazer, e a noradrenalina, determinante na geração de energia química no organismo para dar respostas rápidas em situação de estresse, elementos essenciais para o desenvolvimento do vício. Mas é preciso parar completamente o uso de cigarros para abandonar a dependência.

“Deixa de ser fumante, mas não deixa de ser dependente, se entrar em contato com a nicotina volta a fumar”, explica o doutor Drauzio Varella, reforçando a necessidade contínua de medidas de controle e prevenção do vício ao tabagismo.  

Diferentes tipos de plantas pertencentes ao gênero Nicotiana, uma espécie de plantas herbáceas e arbustos, são conhecidos pelo nome popular de tabaco. Em todo o mundo, um em cada 10 adultos morre devido ao uso de nicotina que é uma substância psicoativa encontrada no tabaco. O cigarro é composto por cerca de 4.700 substâncias tóxicas, como nicotina e alcatrão, além da fase gasosa, formada por monóxido de carbono, amônia, dentre outros. Essas substâncias são extremamente tóxicas e estão presentes na fumaça de cigarro, cachimbo, charuto, narguilé ou fumo-de-corda. De acordo com o OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), o fumo é a causa de morte mais evitável, com mais de 10 mil óbitos por dia.

Atualmente, com a busca de conscientização e aumentos de pesquisas científicas sobre os riscos do tabagismo, medidas restritivas foram implementadas em relação à publicidade de cigarros, visando proteger a saúde pública e desestimular o consumo, bem como, voltar a aumentar o preço do produto para que assim os gastos sejam menores e menos prejudiciais para a renda dos brasileiros.

No Brasil, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) é o encarregado de elaborar e divulgar o material técnico para dar suporte às comemorações em níveis federal, estadual e municipal.