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Prefeitura de Mogi das Cruzes pede ao Governo do Estado ampliação de leitos de UTI no Hospital Luzia de Pinho Melo

Diante da crescente demanda por atendimentos de urgência e emergência, a Prefeitura de Mogi das Cruzes encaminhou um ofício ao Governo do Estado de São Paulo solicitando a realização de um estudo técnico para ampliação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo.
O pedido foi direcionado ao secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, e ao diretor técnico de Saúde III do Departamento Regional de Saúde I (DRS-I), Márcio Roberto de Lúcio.

No documento, a administração municipal aponta a necessidade de implantação de 30 novos leitos de UTI, sendo 20 para adultos e 10 pediátricos. A unidade hospitalar é referência para os casos mais graves em Mogi das Cruzes e em outros municípios do Alto Tietê.

O vice-prefeito Téo Cusatis destacou que o aumento na procura por atendimentos, principalmente em pediatria, justifica a solicitação. Segundo ele, há uma elevação significativa na incidência de doenças respiratórias típicas do período, o que tem pressionado as unidades de pronto atendimento do município.

Dados do SIRESP (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo), antigo CROSS, mostram que mais da metade das crianças encaminhadas por Mogi das Cruzes à espera de leitos hospitalares são de cidades vizinhas.
Atualmente, 28 pacientes aguardam por vagas pediátricas no sistema. Desse total, 23 (82%) apresentam problemas respiratórios, 21 (75%) necessitam de internação em ala pediátrica e 7 (25%) aguardam leito de UTI pediátrica.
Dos pacientes cadastrados, 13 (46%) são de Mogi das Cruzes e 15 (54%) de outros municípios.

O aumento da demanda já vinha sendo registrado desde o início do ano. Apenas em março, foram realizados 7.222 atendimentos no Pró-Criança e 6.576 no Pronto Atendimento Infantil do Hospital Municipal, localizado no distrito de Brás Cubas.
Em abril, os números subiram para 8.197 e 7.356, respectivamente.

Com base nesses dados, a secretária municipal de Saúde, Rebeca Barufi, reforçou a urgência da ampliação dos leitos. Segundo ela, a rede de urgência e emergência de Mogi das Cruzes e da região enfrenta uma pressão assistencial crescente.

O tema foi debatido na reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR), realizada no dia 7 de maio, e novamente abordado na reunião da Rede de Urgência e Emergência (RUE) da DRS-I, ocorrida em 20 de maio.

A Secretaria Municipal de Saúde também revelou que, entre janeiro e abril de 2025, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Mogi das Cruzes realizaram 217.109 atendimentos. Desse total, 1.007 foram classificados como casos graves, exigindo estabilização imediata e suporte intensivo.
Ainda no mesmo período, 3.509 pacientes permaneceram em observação prolongada, com tempo médio de permanência de 12 horas, 54 minutos e 47 segundos, o que evidencia a utilização inadequada dessas unidades para internações que deveriam ocorrer em ambiente hospitalar.

A secretária alertou que esse cenário compromete a função original das UPAs, voltada ao atendimento de média complexidade. Segundo ela, as unidades vêm funcionando como retaguarda improvisada, com riscos à segurança clínica dos pacientes.
Entre os casos recebidos estão quadros de alta gravidade, como acidente vascular cerebral (AVC), sepse, insuficiência respiratória aguda e infarto agudo do miocárdio (IAM), que demandam cuidados intensivos imediatos.

No mesmo período, foram registrados 1.778 casos que exigiram transferência hospitalar por meio do sistema de regulação, dos quais 683 foram classificados como “vaga zero”, ou seja, situações em que os pacientes estavam em estado crítico e não havia leito de UTI disponível na rede pública no momento da solicitação.

Apesar de já operar no limite, o Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo foi responsável por receber 58,33% dessas transferências.