A prisão do empresário Sidney Oliveira, fundador da rede Ultrafarma e morador da região do Alto Tietê, repercutiu em todo o Brasil nesta terça-feira (12). Muito conhecido por atuar em peças publicitárias da rede de farmácias que criou, Oliveira foi detido temporariamente em sua chácara, em Santa Isabel, durante uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra um esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Também foram presos o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, e os auditores fiscais estaduais Artur Gomes da Silva Neto e Marcelo de Almeida Gouveia.
De acordo com o MP-SP, a operação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão e realizou o sequestro de bens dos investigados. A apuração, iniciada há seis meses, concluiu que o esquema funcionava desde 2021, com possibilidade de atividade anterior. O grupo é acusado de pagar propina a auditores para agilizar e facilitar o ressarcimento de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), benefício garantido a empresas varejistas, mas que costuma ter prazos longos e trâmites burocráticos.
Últimas Notícias
- Fruto do trabalho de Ashiuchi e seu grupo, novas alças do Rodoanel são o maior projeto de infraestrutura da história de Suzano e devem ser entregues até 2027, gerando três mil empregos
- Juventude em quadra: conheça três talentos que fazem parte da nova geração do Mogi Basquete, equipe de Mogi das Cruzes
- Mogi das Cruzes oferece oficina de costura e economia com ajuda de custo para os participantes
As investigações indicam que Artur Gomes da Silva Neto era o principal articulador do esquema, reunindo documentos da Fast Shop e da Ultrafarma, solicitando o ressarcimento e aprovando ele mesmo os pedidos, sem revisão. Em alguns casos, valores acima do devido eram liberados rapidamente.
O MP estima que ele tenha recebido cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
O promotor Roberto Bodini afirmou que há indícios de envolvimento de outras empresas do varejo, mas os nomes não foram divulgados para não prejudicar as apurações. Um dos pontos de partida foi a constatação de um aumento expressivo no patrimônio de uma empresa registrada no nome da mãe de Artur, que até junho de 2021 não tinha atividade e passou a receber altos valores da Fast Shop, incluindo R$ 60 milhões em 2022 e, no total, R$ 1 bilhão brutos.
Novas provas também comprovaram a participação ativa do auditor Marcelo de Almeida Gouveia, inicialmente apontado como figura secundária no esquema. Foram apreendidos com ele grandes quantias em dinheiro, criptomoedas, duas sacolas com esmeraldas e R$ 1 milhão em espécie.
Duas contadoras que auxiliavam nos pedidos fraudulentos também foram presas.
Em nota, a Sefaz-SP informou que colabora com as investigações por meio da Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp), instaurou processo administrativo para apurar a conduta do servidor e solicitou ao MP-SP o compartilhamento de todas as informações sobre o caso.