A trajetória de superação de pacientes oncológicos costuma revelar força, vulnerabilidade e uma capacidade admirável de seguir em frente mesmo diante dos maiores desafios. É assim também com Keila de Carvalho, de 38 anos, moradora de Suzano, que compartilhou com a reportagem do portal Hoje Diário sua experiência desde o momento em que recebeu o diagnóstico de câncer de mama até as dificuldades financeiras que cercam o tratamento, dificuldades que a levaram a buscar auxílio dos leitores.
Keila conta que sua vida mudou drasticamente a partir de abril deste ano, quando descobriu o câncer e iniciou o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Após passar por uma cirurgia, enfrenta agora as sessões de quimioterapia, um processo que exige resistência física, equilíbrio emocional e condições financeiras que, para ela, se tornaram um grande obstáculo. Ela explica que, apesar da assistência pública, vários custos ficam fora da cobertura. Entre eles, está o medicamento Filgrastim, cujo custo de 5 ampolas gira em torno de R$ 700 em farmácias privadas, essencial para aumentar a imunidade após a quimioterapia. Ela precisa tomá-lo por cinco dias a cada ciclo para estimular a produção de novos glóbulos brancos.
Os próximos ciclos passam a ocorrer a cada sete dias, o que exige ainda mais rigor no uso do medicamento.
“Eu comprei 15 doses parceladas, porque não tinha condições de comprar à vista. O medicamento é fornecido pela farmácia de Alto Custo; eu já solicitei, mas até agora sigo aguardando”, afirma.
Além do Filgrastim, Keila utiliza Venlafaxina, Trazodona, Dimorf, Tramadole e Zolpidem, nenhum deles disponível na rede pública. Ela está cadastrada no Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC), em Mogi das Cruzes, onde recebe alguns medicamentos doados, mas os mais caros e indispensáveis seguem fora do alcance.
O oncologista de Suzano, Doutor Jorge Abissamra Filho, explica a importância do medicamento. “O Filgrastim é uma medicação conhecida como fator de crescimento de neutrófilos. Ele estimula a medula óssea a produzir glóbulos brancos, principalmente neutrófilos, que são fundamentais para combater infecções.
Como muitos esquemas de quimioterapia reduzem a imunidade do paciente, ele previne a neutropenia e diminui o risco de infecções graves, internações e até risco de morte. Também ajuda o paciente a manter a quimioterapia na dose e no intervalo corretos, evitando atrasos. Seu custo costuma ser elevado porque é um medicamento biológico produzido por tecnologia de DNA recombinante, o que envolve processos industriais complexos e rigorosos. Mesmo com biossimilares, ainda é considerado de Alto Custo. Existe fornecimento pelo SUS em alguns protocolos, mas na prática muitos pacientes enfrentam dificuldade de acesso por questões burocráticas e logísticas”, contou.
Ele também alerta para os riscos da falta ou atraso na disponibilização dessas medicações. “As medicações de suporte não são detalhes, são fundamentais para a segurança da quimioterapia. Sem o Filgrastim, o risco de infecções graves aumenta muito. O paciente pode precisar de internação, antibiótico na veia, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pode até correr risco de morte. Além disso, atrasos ou reduções na quimioterapia podem comprometer a eficácia do tratamento, especialmente quando o objetivo é a cura. Há impacto direto na qualidade de vida, com mais dor, náusea, internações e insegurança e, em alguns casos, até abandono do tratamento”, informou.
Em meio a tudo isso, Keila decidiu tornar sua história pública. “Eu estou lutando pela minha vida, mas também lutando contra a carga financeira que o tratamento impõe. Por isso, com toda humildade e esperança, venho pedir ajuda. Qualquer valor, por menor que seja, faz diferença verdadeira na continuidade do meu tratamento e na minha chance de vencer essa doença. Para muitos pode ser pouco, mas para mim significa poder continuar lutando pela minha vida”, declarou.
Os interessados em ajudar a paciente na compra dos medicamentos podem contribuir diretamente via PIX, pela chave: 341.143.388-45.
Ela reforça ainda que deseja contar sua história ao maior número possível de pessoas, acreditando que ser ouvida pode abrir portas para apoios que vão além da ajuda financeira. “Acredito que, ao compartilhar o que estou vivendo, posso alcançar pessoas que possam me ajudar a seguir com o tratamento. Para mim, significa saber que não estou lutando sozinha. Agradeço profundamente a todos que puderem ajudar ou simplesmente compartilhar minha história”, finalizou.




























