“O Brazil não conhece o Brasil. O Brasil nunca foi ao Brazil…”, é o que diz a música composta por Aldir Blanc e Maurício Tapajós. Em tempos de Copa do Mundo, vale a pena refletir sobre o significado desta letra de música. Brazil é a marca da exportação. Quando fabricamos um produto que vai ser vendido no exterior colocamos na embalagem: MADE IN BRAZIL (feito ou produzido no Brazil).
Se você compra um produto que tem esta etiqueta, provavelmente ele tem a mesma qualidade daqueles que os consumidores exigentes vão comprar. Vários são os nossos produtos, reconhecidamente bons no exterior: automóveis, frangos, minério de ferro, café entre outros. Quando se fala: Queremos hospitais e escolas padrão FIFA! É o Brasil querendo o Brazil!
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Há uma fenda tão grande entre o Brazil e o Brasil que, de novo lembrando da música, podemos afirmar: “O Brazil não merece o Brasil. O Brazil tá matando o Brasil…”
Exatamente porque a qualidade do Brazil ainda não chegou ao Brasil. Por um lado, o Brazil é aquele das grandes arenas da Copa do Mundo e cujos produtos e serviços de qualidade obedecem às expectativas de consumidores muito exigentes: é a lógica do mercado, por outro, o Brasil não tem consumidores que exigem padrões internacionais de qualidade na prestação de serviços e na distribuição dos bens públicos. Não é uma questão de economia, afinal, o que significam os impostos que pagamos não é mesmo?
Pois é, desde que os brasileiros acordaram para os contrastes entre o Brazil e o Brasil, o caldo engrossou. Quando os manifestantes saem às ruas contra o maior campeonato de futebol do planeta, ou o maior evento esportivo do mundo, tenho certeza de que eles não estão contra o futebol, mas sim contra a falta de consciência dos governantes, da população e de escravocratas internacionais que querem sugar o pouco que temos a oferecer: a nossa hospitalidade e a beleza de nossa geografia.
O Brasil está pedindo socorro ao Brazil. É preciso pensar com urgência numa reforma da educação, da saúde, dos transportes e da segurança. Precisamos preservar nossa cultura, nossa identidade; não podemos permitir que as pessoas venham até aqui e nos imponham o que devemos vestir, comer e gostar!
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)