Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões, gosto de ser e de estar e quero me dedicar a criar confusões de prosódia e uma profusão de paródias que encurtem dores e furtem cores como camaleões, por isso decidi usar letras de música novamente. Quem quiser adivinhar, fique à vontade.
Alô, alô, Marciano aqui quem fala é da Terra pra variar, estamos em guerra e você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura porque tá cada vez mais down o high society, porque há perigo na esquina e em todos os lugares.
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Eu sou o cara cansado de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada, eu sou mais um cara. Mas se você achar que eu tô derrotado saiba que ainda estão rolando os dados porque o tempo não para e eu vejo o futuro repetir o passado…
Assim, meu caro amigo me perdoe, por favor, se eu não lhe faço uma visita, mas como agora apareceu um portador, mando notícias neste texto, aqui na terra tão jogando futebol e esperando a copa de 2022. Tem muito samba, muito choro e rock ‘n’ roll, uns dias chove, noutros dias bate sol, mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta!
E se você acha que é legal viver fingindo, prá ninguém poder falar mal de você; se você não pode se mostrar, então você não é ninguém que valha a pena conhecer.
E o que é incrível é que apesar de você amanhã há de ser outro dia. Inda pago pra ver o jardim florescer qual você não queria. Você vai se amargar, vendo o dia raiar sem lhe pedir licença e eu vou morrer de rir, que esse dia há de vir antes do que você pensa.
Sabe… Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais…
Eu não tenho data pra comemorar, às vezes os meus dias são de par em par procurando agulha no palheiro porque afinal de contas eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens.
Os corruptos cassados? Nunca serão! Cidadãos bem informados? Nunca serão! Hospitais bem equipados? Nunca serão! Nunca serão! Os impostos bem usados? Nunca serão! Os menores educados? Nunca serão! Todos alfabetizados? Nunca serão!
Mas as pessoas da sala de jantar, essas pessoas da sala de jantar, são as pessoas da sala de jantar e só estão ocupadas em nascer e morrer. Seus ídolos ainda são os mesmos, e as aparências não enganam não!
Brasil! Mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim!
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)